Queimadas já consumiram 3,7 milhões de hectares na Amazônia Legal em 2022

queimadas Amazônia Legal
ICV

Dois Sergipes. Esta é a área de floresta queimada na Amazônia legal somente neste ano. O dado foi calculado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base na plataforma Global Fire Emission Database, da agência espacial norte-americana (GFED/NASA). Foram 3,7 milhões de hectares atingidos pelo fogo entre 1o de janeiro e 7 de agosto de 2022. E mais da metade desta área, 1,9 milhão de hectares, queimou desde o último dia 23 de junho, quando um decreto federal havia proibido as queimadas em terras de todo o país.

Pelo menos 20% do total de área queimada até agora é de áreas desmatadas recentemente, como os incêndios que consumiram parte do Parque Estadual Cristalino II, em Mato Grosso. Aliás, quase 30% das queimadas na Amazônia Legal neste ano aconteceram neste estado, que teve 1 milhão de hectares de floresta atingido pelo fogo, um aumento de 6% em relação ao registrado no mesmo período no ano passado. Desse total, 60% das ocorrências se deram no bioma Amazônia (618,6 mil hectares), 39% no Cerrado (404,3 mil) e 1% no Pantanal (6 mil).

No recorte local, cinco municípios se destacam nos registros de queimada no MT: Tangará da Serra (64 mil hectares), Paranatinga (47,6 mil), Colniza (41,5 mil), São Félix do Araguaia (33,2 mil) e Marcelândia (31,6 mil).

Já em termos fundiários, quase 60% dos focos de incêndio aconteceram em imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), totalizando 607,2 mil hectares, seguido pelas Terras Indígenas (230,5 mil) e áreas não cadastradas (100 mil). Três Terras Indígenas se destacam: a TU Paresi (61,7 mil hectares queimados), Parabubure (39,4 mil) e Parque do Xingu (28,7 mil). O Portal Amazônia deu mais informações.

Por falar em queimadas, os dados preliminares do INPE para a área incendiada na Amazônia em agosto já garantem um resultado preocupante. Nos 30 primeiros dias do último mês, foram registrados 31.513 focos de calor, um aumento de 12,3% em relação ao total registrado em agosto de 2021 e 20% acima da média para o mês na série histórica desde 1998. O total parcial já coloca o mês passado como o pior agosto desde 2010, quando foram identificados 45.018 focos de calor. A notícia é da Reuters.

Em tempo: O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon apontou outro dado preocupante para a Amazônia no mês de agosto. A área potencialmente desmatada no último mês foi de mais de 1,6 mil km2, número 7% maior do que em 2021 e o pior índice para agosto em dez anos. Desde o início do ano, o SAD identificou o desmatamento de 7.715 km2, 48% de alta na comparação com o mesmo período no ano passado. A Deutsche Welle deu mais informações.

 

ClimaInfo, 1º de setembro de 2022.

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