As concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera terrestre atingiram níveis recordes em 2021, de acordo com um novo relatório publicado nesta semana por cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos.
Os três principais GEE registraram aumento no último ano: a concentração média anual global de dióxido de carbono foi de 414,7 partes por milhão (ppm), 2,3 ppm superior ao registrado em 2020 e o mais alto já medido nos registros modernos. Já a concentração de metano atingiu 18 partes por bilhão (ppb), o maior nível já registrado. Da mesma forma, a concentração de óxido nitroso chegou a 334,3 ppm, um aumento de 1,3 ppb entre 2020 e 2021.
A tendência também foi de aumento dos indicadores relativos à temperatura média terrestre e ao calor e o nível dos oceanos. As temperaturas médias na superfície da Terra foram de 0,21°C a 0,28°C acima da média de 1991 a 2020, o que coloca 2021 entre os seis anos mais quentes desde meados do século XIX. Os últimos sete anos (2015-2021) foram os sete mais quentes já registrados. Já nos oceanos, o calor atingiu novos recordes em 2021, com o nível do mar atingindo a 10a alta anual seguida, cerca de 97 mm acima da média de 1993.
“Os dados apresentados neste relatório são claros – continuamos a ver evidências científicas mais convincentes de que a mudança climática tem impactos globais e não mostra sinais de desaceleração”, comentou Rick Spinrad, diretor da NOAA. “Com muitas comunidades sendo atingidas por inundações históricas, secas excepcionais e calor intenso neste ano, [o relatório] mostra que a crise climática não é uma ameaça futura, mas algo que devemos abordar hoje enquanto trabalhamos para construir um mundo que seja mais resiliente aos extremos causados pelo clima”.
ABC News, AFP, Estadão, Folha, Independent e Um Só Planeta, entre outros, destacaram a análise da NOAA.
ClimaInfo, 2 de setembro de 2022.
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