A Amazônia nas urnas: presidenciáveis divergem sobre políticas para proteção e desenvolvimento

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JOTA

A Amazônia está presente nos planos de governo dos principais candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro. Ao mesmo tempo, essa presença varia significativamente entre um candidato e outro, especialmente na comparação entre o atual presidente, Jair Bolsonaro, e seus adversários mais diretos – o ex-presidente Lula, o ex-ministro Ciro Gomes e a senadora Simone Tebet.

No JOTA, Felipe Amorim fez um balanço geral das propostas dos presidenciáveis para a Amazônia. Líder nas pesquisas, Lula tem prometido retomar a estrutura de fiscalização contra crimes ambientais, sucateada pelo atual governo, além de combater o garimpo e o desmatamento ilegal e fortalecer a representação e os interesses dos Povos Indígenas.

Bolsonaro, por sua vez, fica no “mais do mesmo”, insistindo com projetos como a regularização fundiária e a liberação da mineração em Terras Indígenas, além da militarização do combate ao desmatamento e um foco genérico no mercado de carbono.

Já Ciro propõe um zoneamento econômico e ecológico, para proteger as áreas de floresta na Amazônia, além de estratégias específicas de desenvolvimento para a região. Por fim, Tebet prometeu zerar o desmatamento ilegal em seu governo e criar uma secretaria nacional, ligada à Casa Civil, para coordenar políticas intersetoriais para a Amazônia.

Prestar atenção nessas propostas é importante para vislumbrar o que o próximo governo – especialmente se o atual presidente não for reeleito – poderá fazer a partir de 1o de janeiro de 2023 para reverter a tendência de devastação observada nos últimos anos na Amazônia. “Os próximos quatro anos serão totalmente decisivos”, ressaltou Carlos Nobre, da USP, ao JOTA. “Uma das mensagens do Painel Científico para a Amazônia foi a moratória de desmatamento, degradação e fogo em todo o sul da Amazônia, moratória imediata, o que quer dizer que tem que zerar o desmatamento em toda a Amazônia antes de 2030, que é o ano do compromisso que os países assumiram na COP26.

Vale dar uma olhada nas postagens sobre o Dia da Amazônia feitas ontem pelos presidenciáveis Lula, Tebet e Ciro, e também por Alckmin, vice de Lula.

Em tempo: A presença de grupos criminosos na Amazônia, beneficiada pela ausência do Estado nessa região, é um dos obstáculos mais importantes para os esforços de proteção da floresta e dos povos que nela vivem. O próximo governo precisará enfrentar isso de maneira inequívoca se quiser reverter o quadro de devastação dos últimos anos. Nesse sentido, o Instituto Igarapé, junto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Centro Soberania e Clima, publicou ontem a agenda Governar para não entregar, que sumariza algumas propostas para os candidatos à Presidência da República para fortalecer o Estado de Direito e o cumprimento da lei na Amazônia. Entre as recomendações, estão a inovação na governança e a necessidade de investimentos em recursos humanos e logísticos; o aprimoramento da rastreabilidade e o controle das economias que impactam o desmatamento e a responsabilização pelos crimes ambientais, entre outros. O Estadão deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 6 de setembro de 2022.

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