Crise climática pode deixar áreas no Oriente Médio inabitáveis, prevê estudo

Oriente Médio clima extremo
AP Photo/Petros Giannakouris,

Milhões de pessoas que vivem no Oriente Médio e no Mediterrâneo Oriental podem sofrer com efeitos devastadores da mudança do clima nas próximas décadas, com algumas localidades se tornando praticamente inabitáveis caso a temperatura média da Terra siga subindo.

A conclusão é de um estudo divulgado pelo Centro de Pesquisas de Clima e Atmosfera do Instituto Chipre, com apoio do Instituto Max Planck de Química da Alemanha.

De acordo com a análise, estas regiões podem experimentar um aquecimento médio de até 5ºC até o final deste século em um cenário de emissões de carbono business-as-usual.

Um aquecimento desta magnitude poderá se refletir em uma redução acentuada dos níveis de precipitação anual, impactando regiões que já convivem historicamente com condições climáticas mais secas. Isso pode tornar ainda mais escassa a oferta de água, pressionando as populações que dependem das poucas fontes disponíveis.

Outro impacto reside na segurança alimentar, já que áreas agricultáveis utilizadas há milênios pela humanidade, como o delta do rio Nilo, podem se tornar mais restritas ao cultivo de alimentos. “Isso implicaria sérios desafios para a infraestrutura costeira e a agricultura e pode levar à salinização dos aquíferos costeiros”, explicou George Zittis, coautor do estudo, à AP.

A Reuters também repercutiu o estudo, com tradução publicada pela Folha

Em tempo: Na semana passada, a Organização Meteorológica Mundial (WMO) alertou que podemos ter em 2022 o terceiro episódio consecutivo do fenômeno meteorológico La Niña, com o resfriamento da temperatura na porção central do Oceano Pacífico. Se isso se confirmar, será a primeira vez neste século, o que deve causar alterações no clima em diversas regiões do globo, inclusive na América do Sul. “Os efeitos do La Niña no mundo são muito variados. No leste da Argentina, no sul do Brasil e no Uruguai, produz seca. Porém, no nordeste do Brasil, no norte da Austrália e no sudeste da Ásia é o oposto, com aumento das chuvas. E partes de China, Índia e Japão, além do oeste do Canadá e sul do Alasca (EUA), acabam afetadas por temperaturas mais baixas do que o esperado”, explicou o climatologista Alfredo Alpio Costa, do Instituto Antártico Argentino, à BBC.

 

ClimaInfo, 8 de setembro de 2022.

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