Bolsonaro segue contando com a boa vontade – e o dinheiro – de empresários com histórico de multas ambientais. O Globo informou que o maior doador da campanha à reeleição é o produtor de soja Oscar Luiz Cervi, um dos principais fornecedores destes grãos para a gigante Bunge.
Nos anos 2000, Cervi foi multado pelo IBAMA ao menos quatro vezes pela derrubada ilegal de 11,6 mil hectares de vegetação nos municípios de São José do Xingu (MT) e Bom Jesus (PI). Ao todo, ele foi multado em R$ 1,6 milhão em valores da época; no entanto, ele recorreu à Justiça e conseguiu se livrar de uma das multas; as demais acabaram prescritas sem que ele tivesse que pagar um centavo.
Por falar em doadores, Rodrigo Rangel destacou no Metrópoles que, quase 80% do valor recebido pela campanha de Bolsonaro até o começo da semana veio de grandes proprietários e produtores rurais. Dos 100 maiores doadores, 84 são do agronegócio, os quais destinaram cerca de R$ 5,3 milhões ao presidente. Alguns desses doadores possuem encrencas judiciais relativas à trabalho análogo à escravidão e crimes ambientais.
Em tempo: Uma pesquisa do site JOTA e do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) apontou que a maioria esmagadora da população brasileira valoriza a proteção do meio ambiente e quer que o próximo governo avance na questão. Para 90% dos eleitores entrevistados, o poder público precisa adotar medidas enérgicas para combater o desmatamento e preservar os biomas brasileiros. Um dado curioso: tanto eleitores do ex-presidente Lula quanto do presidente Bolsonaro entendem em proporção igual (90%) que o governo deve ter a postura de enfrentar o desmatamento e resguardar o meio ambiente; já entre eleitores do ex-ministro Ciro Gomes e da senadora Simone Tebet, essa afirmação é quase absoluta (98%).
ClimaInfo, 8 de setembro de 2022.
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