Candidatos pró-garimpo compartilham bolsonarismo e patrimônios milionários

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Reprodução Facebook

O garimpo “perdeu a vergonha” nos últimos anos. Sob o governo Bolsonaro, abertamente favorável aos interesses desta atividade ilegal, defensores do garimpo estão circulando nos corredores do poder nas capitais da Amazônia e em Brasília, mas a turma quer voar ainda mais alto: ocupar cargos eletivos nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional, além dos palácios dos executivos.

O Repórter Brasil identificou sete candidatos ao Legislativo estadual e federal que fazem a defesa explícita do garimpo e querem liberar a atividade. A maior parte deles disputa a eleição no Pará, estado que concentra o maior “polo” garimpeiro do Brasil, nos municípios de Itaituba e Jacareacanga.

Um desses nomes é o do senador Zequinha Marinho, candidato ao governo do Pará. Uma de suas propostas de campanha é definir com o governo federal “saídas legais para a atividade de pequena mineração”, usando um neologismo comum entre os defensores para evitar a palavra “garimpo”.

Outro é o ex-senador Flexa Ribeiro, que tenta voltar ao Senado pelo PA: com laços antigos com o garimpo, ele teve como suplente na eleição passada o empresário Dirceu Frederico Sobrinho, dono da FD’Gold, investigada pela Polícia Federal sob a suspeita de comercializar ouro explorado ilegalmente na Terra Indígena Yanomami.

“Com a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, o segmento [garimpo], que já vinha se organizando, cresceu também em poder político”, escreveu Giovanna Valentim no Congresso em Foco. “O presidente tem uma íntima relação com o garimpo, que se traduziu em diversas medidas durante seu governo para expandir a legalidade da atividade, consolidando-a como uma base aliada, cujos candidatos vêm despontando na eleição de 2022”.

Isso também se reflete nos candidatos aos governos dos estados amazônicos, inclusive entre aqueles que buscam a reeleição. Nomes como Antonio Denarium, em Roraima, e Wilson Lima, no Amazonas, querem um novo mandato nos respectivos governos e contam com o voto dos garimpeiros. 

Outros candidatos, como Valclei Queiroz (Rondônia) e Mara Rocha (Acre), apelam para o mesmo roteiro para superar seus adversários e chegar ao poder em seus estados. 

Em tempo: Está na dúvida sobre seu voto nas eleições de outubro? Que tal pensar na questão ambiental como referência para tomar essa decisão? De maneira bem-humorada, o Greenpeace Brasil e o canal Porta dos Fundos lançaram a campanha Voto sem vacilo, no qual buscam conscientizar os eleitores sobre a importância e o poder de seu voto na escolha de representantes que apresentem propostas concretas voltadas para o meio ambiente. ((o)) eco deu mais informações.

 

ClimaInfo, 15 de setembro de 2022.

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