Mortos nas enchentes do Paquistão passam de 1,5 mil pessoas

Paquistão enchentes históricas
REUTERS/Akhtar Soomro

O número de mortos nas enchentes históricas que atingiram o Paquistão nos últimos meses subiu para 1,5 mil, de acordo com um levantamento divulgado pelo governo nesta 5ª feira (15/9). Em todo o país, cerca de 33 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelo dilúvio, causado por uma temporada particularmente intensa de chuvas de monção e o colapso de lagos glaciais e geleiras. O custo estimado dos danos também subiu para US$ 30 bilhões – e o valor final pode ser ainda maior, já que essa estimativa ainda é parcial. A Reuters destacou esses dados.

Para piorar, segundo a Bloomberg, as chuvas devem continuar a desabar sobre partes do Paquistão nos próximos dias. No estado de Madhya Pradesh, próximo à fronteira com a Índia, a expectativa é de que as chuvas sejam intensas a ponto de elevar o nível de alguns rios a partir deste sábado (17/9), o que pode provocar novas inundações.

Em compensação, o estado de Sindh, bastante castigado no último mês, começa a experimentar uma queda no nível da água, o que alivia em parte o problema, mas não elimina o impacto: de acordo com o governo, mais de 70% das plantações de arroz do estado foram danificadas pela água.

Por conta das enchentes, os paquistaneses temem a proliferação de doenças transmissíveis, como dengue, malária e cólera, decorrentes da contaminação dos poços e reservatórios de água, além do colapso do sistema de tratamento de água e esgoto. De acordo com a Independent, cerca de 3,8 mil casos de dengue foram confirmados apenas em Sindh nas últimas semanas, com pelo menos nove mortes.

Como o Wall Street Journal assinalou, a ajuda internacional recebida até agora mal dá conta das necessidades urgentes da população, e menos ainda da reconstrução daquilo que foi destruído. Com a economia nacional em ruínas, o governo tenta articular com a ONU a realização de uma conferência internacional de doadores para arrecadar fundos.

 

ClimaInfo, 16 de setembro de 2022.

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