Países desenvolvidos não cooperam e comprometem metas climáticas

20 de setembro de 2022
metas climáticas comprometidas
Irena.org

No começo do ano, o IPCC avisou que as metas climáticas estariam comprometidas caso o mundo não cortasse pela metade suas emissões até 2030. Ontem, para atender o pedido de 45 países da chamada “Breakthrough Agenda“, as agências internacionais de energia (IEA) e de energia renovável (IRENA) publicaram um relatório apontando caminhos para se chegar lá e seus custos. Mas não com o estado atual da (falta) de cooperação entre países e economias. 

O diretor geral da IRENA, Francesco La Camera, disse que “a (atual) crise energética e climática expôs as fraquezas e vulnerabilidades de um sistema fortemente dependente dos combustíveis do século 20. Qualquer coisa a menos de ação radical e imediata acabará eliminando a chance de se permanecer no caminho dos 1,5°C”. 

Fatih Birol, diretor executivo da IEA, complementou: “Através da colaboração internacional, podemos tornar a transição mais rápida, mais barata e mais fácil para todos (…) Sem esta colaboração, a transição para emissões líquidas zero será muito mais desafiadora e poderá ser adiada por décadas”.

O relatório foca em 5 setores-chave, responsáveis por 60% das emissões globais. Em 2030, será preciso ter acrescido 8TW (quadrilhões) aos 3 TW atuais de capacidade instalada de geração renovável de eletricidade; estar produzindo algo em torno da ordem de 150 milhões de toneladas de hidrogênio renovável (não vale o de qualquer fonte fóssil); ver os elétricos representarem 60% de toda a frota rodoviária global; e produzir 100 milhões de toneladas de aço emissão-zero (hoje, dos 2 bilhões de toneladas de aço produzidas anualmente, só 1 milhão delas são emissão-zero).

A agricultura é o último setor abordado. Para os autores, “as práticas agrícolas atuais estão esgotando recursos naturais, além de contribuir com mais de um quinto das emissões globais”. Para reverter esse quadro, a “prioridade imediata para a colaboração internacional deve ser melhorar o acesso ao financiamento para pequenos agricultores no desenvolvimento de países – aumentando o fluxo das finanças públicas, e sua alavancagem de finanças privadas”. Mas, sem essa colaboração e foco, conter a emergência climática fica cada vez mais difícil. Vale ver o release da IEA e a matéria do Financial Times.

 

ClimaInfo, 21 de setembro de 2022.

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