Aliados de Bolsonaro também recebem doações eleitorais de infratores ambientais

Éder Mauro
Reprodução Redes Sociais

Não é só o presidente Jair Bolsonaro que está conseguindo arrecadar recursos de campanha com empresários e fazendeiros encalacrados com problemas ambientais. Os partidos da base governista no Congresso Nacional também estão aproveitando a “boa vontade” destes infratores-doadores nas eleições deste ano.

De acordo com o Estadão, os partidos Liberal (do presidente), Republicanos e Progressistas receberam até agora mais de R$ 10 milhões de pessoas com histórico de multas ambientais do IBAMA. Os recursos estão beneficiando 67 candidatos, incluindo o próprio Bolsonaro, que recebeu quase R$ 4 milhões desses doadores – ¼ do total arrecadado por ele até o momento.

Enquanto isso, nos estados amazônicos, os candidatos ao governo tentam se colar à “boa imagem” do agronegócio para capitalizar doações e votos na reta final da campanha eleitoral. No InfoAmazonia, Eduardo Geraque destacou como os candidatos aos governos amazônicos, de quase todos os partidos, tentam aliviar a barra do agro em seu papel como motor da destruição da Amazônia nos últimos tempos, ignorando dados científicos que apontam que até 99% de todo o desmatamento registrado em áreas tropicais ao redor do mundo entre 2011 e 2015 foi provocado pela expansão dessa atividade econômica.

Já a Repórter Brasil trouxe as polêmicas do deputado federal Éder Mauro, candidato à reeleição no Pará, que tem uma vasta ficha corrida de votações, projetos e declarações contrárias à proteção da floresta e dos Povos e Comunidades Tradicionais. Ex-delegado da Polícia Civil paraense, Mauro tem replicado o discurso, o estilo e a retórica de Bolsonaro em sua campanha, inclusive com declarações nas quais celebra o fato de ter matado “muita gente” em seus tempos de policial.

Por fim, as ruas de Rio Branco estão sendo cobertas com cartazes e panfletos que lembram o legado do ambientalista Chico Mendes e pedem aos eleitores que votem com a Amazônia em mente. “A ideia é convencer o eleitor a escolher um candidato que apoie a preservação da floresta em pé neste momento difícil das políticas nacional e estadual”, explicou a jovem Angélica Mendes, neta de Chico, ao site ((o)) eco.

 

ClimaInfo, 22 de setembro de 2022.

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