Fundos de private equity prometem metas climáticas, mas entregam investimentos em fósseis

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Os fundos de private equity não estão isentos do greenwashing tão comum ao mercado financeiro em geral. Tal como outros gestores de ativos, eles também contrastam promessas verdes com aplicações duvidosas em empresas e empreendimentos de energia suja.

Um levantamento divulgado na semana passada mostrou que as principais empresas de private equity mantêm em seus portfólios investimentos nos setores de óleo e gás que somam cerca de US$ 216 bilhões – uma quantia equivalente ao financiamento de combustíveis fósseis pelos cinco maiores bancos do mundo no ano passado.

Das oito grandes firmas do setor, os destaques negativos ficam para a Carlyle/NGP, que possui 76% de seu portfólio em ativos de energia de 42 companhias de combustíveis fósseis. Já a Warburg Pincus tem um desempenho ainda pior, com 97% de seus investimentos energéticos em projetos fósseis, mas beneficiando um número menor de empresas (28%).

Outras empresas, como KKR, Ares e Apollo também possuem um alto percentual de seus ativos energéticos em fósseis, acima dos 70%.

Só a TPG se saiu minimamente melhor nesse levantamento, com 25% de seu portfólio de energia em projetos fósseis de apenas duas empresas.

Como o Guardian explicou, o setor de private equity administra trilhões de dólares de investidores institucionais e privados, como fundos mútuos, doações e fundos de pensão. No entanto, ao contrário dos bancos e outras empresas de capital aberto, as empresas de private equity estão isentas da maioria das regras de divulgação financeira, tornando extremamente difícil o rastreamento de seus ativos e riscos. Isso significa que trabalhadores comuns, cujos fundos de pensão são administrados por private equity, podem estar expostos a riscos decorrentes dos investimentos em energia fóssil. A Bloomberg também repercutiu essa notícia.

 

ClimaInfo, 22 de setembro de 2022.

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