Clima extremo: com atraso, furacões começam a dar as caras no Atlântico

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reprodução video Reuters

A passagem do furacão Fiona na costa atlântica do Canadá causou devastação em um grau que não se via há décadas. De acordo com a Reuters, autoridades do país estimam que a reconstrução da infraestrutura crítica destruída pela tempestade neste final de semana pode demorar meses.

Com rajadas de 170 km/h, o furacão Fiona tídvrouxe bastante chuva e ondas que atingiram a maior parte das construções litorâneas e causaram a morte de pelo menos uma pessoa. As províncias de Nova Escócia, Prince Edward Island e Newfoundland e Labrador solicitaram apoio do governo canadense para os esforços de resgate e reconstrução.

Enquanto isso, em Porto Rico, a falta de energia elétrica está se tornando o principal problema causado pela passagem do Fiona na semana passada. Segundo o NY Times, cerca de metade dos 1,5 milhão de clientes de eletricidade na ilha seguiam sem serviço até o último sábado (24/9).

Se a destruição não foi comparável com aquela causada há cinco anos pelo furacão Maria, os porto-riquenhos seguem traumatizados e irritados com a reação lenta das autoridades da ilha e do governo dos EUA nos esforços de restabelecimento de serviços e reconstrução da infraestrutura destruída. “Esta é uma comunidade marginalizada, como tantas em toda a ilha, e ninguém se importa com o que acontece conosco”, lamentou à CNN a ativista Sonia Martinez, que vive em Loiza, uma das áreas afetadas pelo Fiona.

Já o Washington Post destacou a lamentação de agricultores de Porto Rico com os danos causados pelo furacão – que passou no momento mais crítico da principal safra do ano.

Além das produções para exportação, a chuva intensa também arruinou cultivos de subsistência, o que deve se refletir na disponibilidade de alimentos básicos na ilha, se não houver um esforço efetivo e imediato de ajuda externa. Outro problema é a baixa cobertura dos seguros agrícolas nesta localidade, o que significa que muitos agricultores terão que arcar sozinhos com os prejuízos da passagem do Fiona.

Até aqui, o Fiona é a tempestade mais forte a se formar na temporada 2022 no Atlântico – uma temporada, aliás, bem menos ativa do que as anteriores. No entanto, ela deve ter um rival pelo topo dessa lista ainda nesta semana. A tempestade tropical Ian se formou na última 6a feira e deve avançar sobre o oeste da ilha de Cuba antes de atingir o estado norte-americano da Flórida. A expectativa é de que Ian se torne um furacão nesta 2a feira (26/9) e, potencialmente, um furacão de grande porte até a 4a feira (28/9). CNN, Guardian e NY Times deram mais informações.

 

ClimaInfo, 26 de setembro de 2022.

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