UE promete resposta enérgica depois de suspeita de sabotagem em gasoduto

UE vs Russia vazamento gas
AP Photo/Virginia Mayo

Um possível ato de sabotagem contra gasodutos no Mar Báltico colocou os países da União Europeia em alerta máximo. Mais do que o impacto da interrupção do principal gasoduto que transporta gás natural da Rússia para a Europa, os governos temem que outras ações similares possam comprometer o sistema de geração e distribuição de energia elétrica do continente.

“Todas as informações disponíveis indicam que esses vazamentos são resultado de um ato deliberado”, destacou o chefe de política externa da UE, Josep Borrell. “Qualquer interrupção deliberada de infraestrutura energética europeia é totalmente inaceitável e será recebida com uma resposta robusta e unida”. Associated Press e Reuters destacaram essa informação.

Ao mesmo tempo, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, defendeu a necessidade dos países europeus reforçarem a segurança em torno de suas usinas e linhas de transmissão de energia para evitar eventuais novos ataques à segurança energética da UE.

Uma das hipóteses mais discutidas nas capitais europeias especula que a sabotagem tenha sido feita pela Rússia como uma maneira de apertar ainda mais o cerco energético ao bloco, em retaliação às sanções impostas contra o governo de Vladimir Putin depois da invasão russa à Ucrânia. O Washington Post deu mais detalhes.

Além do impacto sobre a situação energética na Europa, os vazamentos no Báltico também podem ter reflexos perigosos para o clima. A Bloomberg assinalou a avaliação de autoridades na Alemanha: para elas, cerca de 300 mil toneladas métricas de metano foram liberadas até agora no vazamento.

O metano é um dos gases de efeito estufa mais poderosos: esse montante seria equivalente, em termos de potencial de aquecimento, às emissões anuais de cerca de 5,5 milhões de veículos nos EUA em um período de 20 anos.

“Há uma série de incertezas, mas se esses gasodutos falharem, o impacto no clima será desastroso e pode até ser sem precedentes”, avaliou David McCabe, químico atmosférico e cientista da Clean Air Task Force, à Reuters.

Os dutos de Nord Stream 1 não continham um volume grande de gás natural no momento do vazamento, mas havia uma quantidade considerável de metano. Tudo dependerá do quão rápidos e complexos serão os esforços de contenção dos danos e fechamento dos dutos para sua reconstrução.

 

ClimaInfo, 29 de setembro de 2022.

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