Brasil é o país mais letal da década para ativistas ambientais

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ANDRESSA ANHOLETE/GETTY IMAGES

O número impressiona: de cada 10 mortes de defensores da terra e do meio ambiente em todo o mundo nos últimos dez anos, duas aconteceram no Brasil. Ao longo da última década, das 1.733 mortes violentas registradas globalmente, 342 delas ocorreram no Brasil. Mais de 85% dos assassinatos de ativistas ambientais registrados entre 2012 e 2021 no Brasil aconteceram na Amazônia, sendo que ⅔ desse total eram indígenas ou negros.

Os dados são da lista, liderada pelo Brasil, de nações mais perigosas para ativistas socioambientais organizada pela Global Witness e apresentada na última 4a feira (28/9). Desde 2012, a entidade acompanha os dados sobre violência contra a sociedade civil em todo o mundo, com o Brasil figurando sempre entre os países com os números mais letais.

Outros países latino-americanos, como Colômbia (322 mortes) e México (154), também figuram no topo dessa relação, junto com as Filipinas (270). Os dados de 2021 praticamente repetem a totalização desses dez anos: no ano passado, o México foi o país com o maior número de mortes confirmadas relacionadas a conflitos fundiários e ambientais, com 54 assassinatos, seguido por Colômbia (33), Brasil (26) e Filipinas (19).

O levantamento da Global Witness destacou que esses dados podem estar subnotificados, já que o registro de casos de violência contra ativistas costuma ter falhas, especialmente nos países mais pobres. “As evidências também mostram que os dados sobre assassinatos não captam a verdadeira escala do problema”, explicou a entidade. “As restrições à liberdade de imprensa e a falta de monitoramento independente em muitos deles geralmente levam à subnotificação. Disputas de terras e danos ambientais também podem ser difíceis de monitorar em partes do mundo afetadas por conflitos”.

Aqui no Brasil, veículos como Deutsche Welle, TV Cultura, Folha e O Globo repercutiram os dados de violência contra ativistas. Já no exterior, Associated Press, BBC, NY Times e Reuters abordaram essas informações.

 

ClimaInfo, 30 de setembro de 2022.

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