Meio ambiente no Brasil deve seguir como preocupação no exterior

Eleições 2022 meio ambiente
Rogério Assis/Greenpeace

O destino da Presidência da República será definido no próximo dia 30 com a realização do 2º turno das eleições deste ano. Mas, de certa forma, analistas no Brasil e no exterior já conseguem contemplar problemas novos e antigos que o país deverá enfrentar nos próximos anos independentemente do resultado da votação presidencial.

No Valor, Assis Moreira fez um panorama das impressões de veículos europeus de comunicação sobre o resultado do 1o turno. 

Por um lado, a expectativa continua sendo de uma vitória do ex-presidente Lula, ainda que com um placar mais apertado do que o esperado até a semana passada. 

Por outro, a vitória de representantes do presidente Jair Bolsonaro no Congresso e nos estados deve dificultar eventuais esforços de um novo governo federal para reverter o desmonte bolsonarista da política ambiental.

Para o professor Oliver Stuenkel (FGV),  a presença garantida de representantes do bolsonarismo no Congresso e nos estados dificultará a retomada de uma agenda externa ambiciosa. “Se Lula for eleito em 30 de outubro, é provável que enfrente uma resistência política enorme no Legislativo desde seu primeiro dia de mandato, demandando atenção redobrada ao cenário político interno. Liderar grandes iniciativas globais (…) será bem mais difícil)”, assinalou em artigo no Estadão.

Já uma possível continuidade do atual governo, antes tida como improvável pelas pesquisas, deve resultar na manutenção e na intensificação das tensões que marcaram os últimos quatro anos na política externa brasileira, especialmente no campo ambiental e climático. 

“O Brasil está em uma encruzilhada: se mantiver o rumo atual, chegará em 2030 como um vilão climático. Se tomar outro caminho, poderá assumir a dianteira global na corrida climática”, observou Natalie Unterstell no Capital Reset. “A decisão sobre o destino será influenciada principalmente pelas urnas neste mês”.

Em tempo 1: O recado do Banco Mundial para o próximo presidente do Brasil é sintético, mas certeiro: promover o crescimento econômico e a inclusão social, além de enfrentar a mudança climática. O Valor destacou trechos de uma entrevista do economista-chefe da instituição para a América Latina e o Caribe, William Maloney.

Em tempo 2: Por falar em recados, o climatologista José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e do IPCC, reforçou aos candidatos nas eleições deste ano a necessidade de considerar os impactos que a crise climática já está causando no Brasil. “Nos discursos, eu sinto que as mudanças climáticas são tratadas como algo que ainda vai acontecer, quem sabe daqui a 30 ou 40 anos. Mas já está acontecendo, agora. Apenas na 1a metade de 2022, aproximadamente 400 pessoas morreram como consequência dos desastres naturais provocados pelos extremos climáticos no Brasil, o que é um recorde”, disse Marengo ao site ((o)) eco.

 

ClimaInfo, 05 de outubro de 2022.

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