Cientistas identificam a maior árvore da Amazônia

Amazônia maior árvore
Divulgação / Projeto Árvores Gigantes da Amazônia

Enquanto uns insistem em destruir a maior floresta tropical do mundo sem sequer conhecê-la, outros procuram por suas riquezas. E após uma busca que durou quatro anos e cinco expedições, um grupo de cientistas encontrou, em setembro, a maior árvore já identificada até agora na Amazônia. Trata-se de um Angelim-vermelho com pelo menos 400 anos de idade, medindo 88,5 metros de altura e quase 10 metros de circunferência. Isso equivale a duas vezes a estátua do Cristo Redentor ou a um prédio de 30 andares.  

A expedição de 10 dias até o angelim gigante foi guiada por oito moradores de uma comunidade isolada de São Francisco do Iratapuru, unindo ciência e conhecimento tradicional. Ele foi localizado no Vale do Jari, no sul do Amapá, no chamado “vale das árvores gigantes”, onde as árvores têm, em média, 40 a 50 metros. O Ministério Público do Amapá já articula um decreto, por parte do estado, para proteção dessas “árvores gigantes”.  

A descoberta foi possível, inicialmente, pelo  monitoramento por satélite, realizado a partir de imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).  A árvore gigante ajudará os pesquisadores a conhecer mais sobre a formação da floresta e sensibilizar o Brasil e o mundo sobre a necessidade de preservá-la. “Nós só monitoramos 0,16% da floresta amazônica”, disse o professor Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais, ao ECOA. A descoberta foi noticiada também pelo g1 e pel’O Globo

Em tempo 1: Em entrevista ao #ClimaSemFake, o cientista Carlos Nobre, que pesquisa a Amazônia há décadas e foi recentemente eleito membro da academia científica internacional Royal Society,  deu um alerta vermelho. O desmatamento desenfreado dos últimos quatro anos, associado às mudanças climáticas, estão nos aproximando perigosamente do chamado ponto de não-retorno da Amazônia, a partir do qual o bioma ingressa em um processo irreversível de savanização que poderá alterar até 70% da floresta, gerando graves consequências para a agricultura e o regime de chuvas. Vale conferir.

Em tempo 2: Levantamento da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação aponta que a “boiada” corre solta em direção a parques e florestas protegidas. Só em setembro, o atual presidente da República sancionou duas leis que alteram os limites do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, e da Floresta Nacional de Brasília. Na Câmara, existem 12 projetos em tramitação e outros sete no Senado com o mesmo intuito: alterar limites e o traçado das Unidades de Conservação, permitir novas atividades ou recategorizar parques e áreas protegidas. Os proponentes são o Executivo e parlamentares aliados à bancada ruralista. O Globo traz mais informações.

 

ClimaInfo, 11 de outubro de 2022.

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