Os ministros de finanças das sete economias mais ricas do mundo reafirmaram nesta semana que seus governos pretendem ampliar o financiamento climático para as nações em desenvolvimento e aquelas mais vulneráveis, apesar das tensões geopolíticas e da incerteza econômica internacional dos últimos meses. O anúncio aconteceu em Washington (EUA), paralelamente à reunião anual dos representantes governamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em declaração divulgada pelo governo da Alemanha, que lidera o G7 neste ano, os países do grupo ressaltam que a guerra entre Rússia e Ucrânia e a escalada dos preços dos combustíveis impuseram novos desafios para a transição energética. No entanto, ao invés de enfraquecer seus planos, o G7 pretende “intensificar seus esforços para atingir os objetivos climáticos, incluindo uma transição sustentável, justa, limpa e acelerada que também fortaleça a segurança energética”. O texto também sinalizou a pretensão do G7 de finalmente atingir a meta de US$ 100 bilhões anuais para financiamento climático aos países em desenvolvimento até 2025, bem como ao menos dobrar a destinação de recursos para adaptação nos próximos três anos. A Reuters repercutiu essa notícia.
Ainda na capital norte-americana, os governos de Alemanha e EUA mostraram sintonia com uma proposta para reformar as instituições econômicas multilaterais, em particular o Banco Mundial. Os dois países entregaram na última 3ª feira (11/10) um projeto de reforma que visa tornar o principal banco de desenvolvimento do mundo apto para enfrentar a crise climática e ajudar na conservação da biodiversidade – dois temas nos quais o Banco Mundial tem tropeçado nos últimos tempos. O Financial Times destacou essa movimentação.
“O modelo atual do Banco Mundial (…) não é mais apropriado neste momento de crise global. Os desafios e as necessidades de investimento são tão grandes que o modelo precisa ser ajustado”, afirmou a ministra alemã do desenvolvimento, Svenja Schulze, citada pelo Climate Home. De acordo com ela, as reformas precisam incluir “empréstimos climáticos em melhores condições” e “apoio orçamentário direcionado para governos que desejam realizar reformas políticas para tornar suas economias neutras em relação ao clima”.
Em tempo: Nem mesmo a passagem do presidente norte-americano Joe Biden na Conferência do Clima de Sharm el-Sheikh (COP27), anunciada nesta semana pela Casa Branca, deve convencer alguns nomes importantes do mercado financeiro internacional a participar do encontro no próximo mês no Egito. Segundo a Bloomberg, executivos de grande calibre como os CEO da BlackRock, Larry Fink, e do Citigroup, Jena Fraser, já confirmaram que não devem participar da COP, além de Bill Winters, da Standard Chartered; os três fizeram questão de comparecer à Conferência de Glasgow (COP26), no ano passado.
ClimaInfo, 14 de outubro de 2022.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.