A chegada do frio na Europa traz à tona a principal preocupação do continente nos próximos meses: os estoques de gás natural e de outros combustíveis acumulados freneticamente desde a invasão da Ucrânia darão conta da demanda energética durante o inverno? Por ora, os modelos meteorológicos não conseguem oferecer uma resposta com um grau de certeza reconfortante.
Do lado positivo das expectativas, a agência climática da União Europeia, a Copernicus, está esperando por um inverno mais quente que o normal nos meses de dezembro e janeiro. Isso é positivo, já que reduziria a demanda energética decorrente dos sistemas de aquecimento e calefação. Na Europa continental, as chances de um inverno ameno são de até 50%; no Reino Unido, a possibilidade das temperaturas nesses meses serem mais altas que a média histórica é ainda maior, de até 60%. Os dados foram repercutidos pela Bloomberg.
Mas essa expectativa não elimina o risco da ocorrência de ondas de frio mais intenso em alguns lugares do continente europeu neste inverno. “Ainda há um risco muito significativo de termos um surto de frio [mais forte]. E, se houver, o risco será um pouco maior do que o normal”, observou Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas da Copernicus, à Reuters.
Em tempo: A disparada dos preços da energia e o risco de “apagões” durante o inverno fez com que os países europeus relaxassem suas regras relativas ao corte de madeira para uso como lenha. Para ambientalistas, essa é a receita certa para um desastre ambiental no continente, que pode colocar em risco principalmente as florestas mais antigas e (ao menos, até agora) protegidas. O site POLITICO fez um apanhado da questão.
ClimaInfo, 17 de outubro de 2022.
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