Crescimento de renováveis ajuda Europa a economizar dinheiro e aumentar segurança energética

Europa renováveis
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A crise energética que envolveu a Europa nos últimos meses, decorrente dos efeitos da guerra da Rússia contra a Ucrânia, fez os países do continente intensificarem esforços por novos projetos energéticos de fontes renováveis. 

O resultado disso é expressivo: o aumento na capacidade de geração eólica e solar observado desde o começo de março passado permitiu aos países da União Europeia economizar cerca de 11 bilhões de euros antes gastos com a importação de energia fóssil russa.

O comparativo da matriz energética antes e depois da crise também é interessante. De março a setembro, as fontes renováveis cobriram quase ¼ das necessidades energéticas da UE, segundo análise dos think tanks E3G e Ember. O aumento das capacidades eólica e solar nesse período foi equivalente a 8 bilhões de metros cúbicos de importações de gás evitadas. O dinheiro economizado pelos europeus ajudou a UE a minimizar os custos da energia e, assim, diminuir a pressão inflacionária.

Por outro lado, o mercado europeu segue bastante dependente de gás natural para atender suas necessidades energéticas. Desde o começo da guerra, a UE gastou cerca de 82 bilhões de euros na importação de gás, o que atendeu a cerca de 20% de sua demanda. Assim, destacou a análise, será importante que os países continuem investindo em fontes renováveis para aumentar sua segurança energética e diminuir sua dependência de combustíveis fósseis. 

“As energias eólica e solar já estão ajudando os cidadãos europeus, mas o potencial futuro é ainda maior”, comentou Chris Rosslowe, analista sênior da Ember. A Bloomberg deu a notícia.

O avanço das fontes renováveis no resto do mundo também chama a atenção. Um relatório da Rystad Energy mostrou que o aumento no preço da energia está impulsionando novos investimentos na geração solar e eólica, com projetos novos somando quase US$ 494 bilhões em financiamento – cerca de US$ 50 bi acima dos novos investimentos anunciados para petróleo e gás em 2022, que estão na casa dos US$ 446 bilhões.

Um dos pontos que mais vem atraindo os investidores é a diminuição no tempo projetado para retorno desses investimentos no mercado de renováveis. O Climate Home destacou os principais pontos da análise.

Em tempo: A Bloomberg fez uma reportagem interessante na qual descreve diversos “pontos de inflexão” da transição energética – estágios a partir dos quais o processo de adoção em massa de tecnologias de baixo carbono ou carbono zero se torna inevitável. Esses pontos vão desde o aumento da geração elétrica por fonte renovável até o uso de baterias e a eletrificação da frota automotiva.

 

ClimaInfo, 20 de outubro de 2022.

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