Captura de carbono cresce, mas segue bem aquém do necessário para mitigar emissões

emissões globais

O número de projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) cresceu para níveis recordes em 2022, impulsionado pelo aumento no preço dos créditos de carbono e novos incentivos governamentais, indicou um relatório da Global CCS Institute divulgado na semana passada.

O resultado positivo, no entanto, fica pequeno quando comparado com o impacto dessas iniciativas nos esforços globais para conter a mudança do clima: a implementação plena de todos esses projetos mitigaria menos de 1% das emissões anuais de gases de efeito estufa, o que demonstra o estágio bastante inicial destas tecnologias.

De acordo com o levantamento, existem 153 projetos de CCS na fase de planejamento, 61 a mais do que no ano passado e mais do que em qualquer outro momento da história. Eles se somariam aos 30 atualmente em operação e 11 em construção.

Ao todo, estes projetos seriam capazes de capturar e armazenar apenas 244 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, o que é um volume irrelevante quando comparado com as 36 bilhões de toneladas de CO2 liberados somente pelo setor de energia todos os anos.

O quadro mostra que, a despeito da empolgação de governos e empresas com a tecnologia, ainda persiste um longo caminho até que ela faça alguma diferença na luta contra a mudança do clima.

“O CCS é o canivete suíço da mitigação climática – ele continuará desempenhando papéis múltiplos e únicos na descarbonização da economia global”, observou Jarad Daniels, CEO da Global CCS Institute, citado pela Bloomberg. “Muitas indústrias essenciais, como cimento e produção química, não têm outro caminho viável para uma descarbonização profunda além do CCS”.

A Reuters também destacou os resultados deste levantamento.

 

ClimaInfo, 25 de outubro de 2022.

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