Governos fracassam em metas globais para combater desmatamento, alerta estudo

desmatamento global
Amanda Perobelli / Reuters

Na última Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), no ano passado, mais de 100 países firmaram uma declaração de proteção das florestas, com o objetivo de reverter o desmatamento e a degradação até 2030. Sob muita pressão, o Brasil foi um dos signatários do documento, celebrado como um dos resultados positivos do encontro de Glasgow. No entanto, se os dados de 2021 indicam alguma coisa, é que a meta estabelecida pelos países dificilmente será atingida até o final desta década.

Um levantamento internacional divulgado pela Forest Declaration Assessment mostrou que a taxa global de desmatamento registrou uma queda de 6,3% em 2021 na comparação com a base 2018-2020, com uma redução ainda menor no ritmo de derrubada de florestas tropicais, de 3%. No entanto, somente no ano passado, o mundo perdeu quase 7 milhões de hectares de vegetação, liberando um volume de carbono equivalente às emissões anuais somadas da União Europeia e do Japão.

Se o cenário de 2021 se repetir nos próximos anos, de acordo com a análise, será impossível conter e zerar o desmatamento e a degradação florestal até 2030, como prometido pela declaração assinada na COP26. “Houve uma melhora modesta, mas isso pode ser apenas temporário. Muitos países estão colocando seu progresso em risco eliminando ou revertendo proteções”, observou Erin Mason, do Climate Focus, ao Guardian.

Para surpresa zero, o Brasil é o país com a maior área florestal destruída no último ano. No ano passado, o índice de desmatamento estimado pela análise cresceu 3% na comparação com a base 2018-2020, o que representa um crescimento de 76 mil hectares de floresta derrubada. Na outra ponta, Indonésia e Malásia registraram uma redução significativa do desmatamento em 2021, com queda de 25%.

O g1 também repercutiu esses dados.

 

ClimaInfo, 26 de outubro de 2022.

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