Lula sugere compensação a estados por proteção ambiental

Lula compensacão ambiental estados
Diego Radames/SOPA/LightRocket via Getty

O candidato do PT à Presidência da República, o ex-presidente Lula, sugeriu a criação de uma compensação para os estados que mais protegem o meio ambiente e combatem o desmatamento.

Em entrevista a uma rádio de Manaus (AM), Lula defendeu que o Brasil não precisa derrubar floresta para aumentar a produção de alimentos e que o aproveitamento de terras já degradadas poderia até duplicar o volume de grãos produzidos pelo país.

“O estado tem que ter uma compensação. É preciso ter uma política de incentivo e fazer um estudo profundo, até com cientistas internacionais, para pesquisar profundamente a biodiversidade da Amazônia, e extrair dela biodiversidade produtos para uma indústria de fármacos ou de cosméticos, por exemplo”, disse o ex-presidente, citado pelo Correio Braziliense.

Uma eventual vitória de Lula no próximo domingo pode ser chave para a retomada da política ambiental no Brasil, afirmou a ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva ao Valor. Para ela, um governo Lula será importante não apenas para recuperar o que foi perdido e descartado diretamente pela gestão Bolsonaro, mas também para conter novas “boiadas” antiambientais no Congresso Nacional.

“Estamos vivendo uma dura realidade de desmonte das políticas públicas, de desestruturação da governança pública, de ataque constante à democracia, de destruição das políticas de saúde, educação, ciência e tecnologia, das políticas sociais. E na área ambiental, a catástrofe está instalada”, disse ela.

Em tempo: O Jornal Nacional (TV Globo) destacou dados de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a situação geral dos processos de autuação ambiental no IBAMA sob o governo Bolsonaro. O quadro é preocupante: só neste ano, cerca de 5 mil multas podem prescrever, um número pequeno quando comparado com o total de processos que correm o mesmo risco nos próximos anos – quase 17 mil em 2023 e mais de 37 mil em 2024. Um dos gargalos mais significativos foi criado pela atual gestão: antes, vários servidores tinham autoridade para decidir sobre as multas na primeira instância, o que dava mais celeridade aos processos; desde 2020, no entanto, essa decisão está concentrada nos superintendentes estaduais e, na 2a instância, apenas do presidente do IBAMA.