COP27: organizações reclamam de “cercadinho” no deserto para manifestações

1 de novembro de 2022
COP27 manifestações sociedade civil
Sayed Sheasha / Reuters

A menos de uma semana da abertura da Conferência do Clima de Sharm El-Sheikh (COP27), o governo do Egito prepara os últimos detalhes para a recepção de milhares de negociadores, observadores e jornalistas. As autoridades do país prometem “segurança máxima” para dissipar eventuais preocupações com atentados ou ações criminosas; no entanto, elas também estão sendo criticadas pela forma como estão se preparando para lidar com manifestações de rua durante o encontro.

No Guardian, representantes da sociedade civil criticaram o plano egípcio de isolar as manifestações em uma área de deserto cercada e distante do espaço oficial de negociação. “É teatralidade. Eles não querem permitir o direito de protesto ou a liberdade de reunião, mas querem parecer que vão”, reclamou Hussein Baoumi, da Anistia Internacional. “É o ato de um Estado que não quer permitir a liberdade de reunião, mas que também não quer ser criticado por isso”.

Enquanto isso, a COP27 já tem uma ausência importante confirmada: a da ativista climática Greta Thunberg. Ela confirmou que não pretende ir a Sharm El-Sheikh e acusou o governo egípcio e os países da ONU de utilizarem a COP para fazer greenwashing às custas da liberdade da sociedade civil. “Não vou à COP27 por muitas razões, mas o espaço para a sociedade civil este ano será extremamente limitado. As COPs são usadas principalmente como uma oportunidade para líderes e poderosos chamarem a atenção, usando diversos tipos de greenwashing”.  Guardian e Reuters deram mais informações.

Por outro lado, uma ausência confirmada até a semana passada pode virar uma presença no Egito na próxima semana – a do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak. Inicialmente, o governo do Reino Unido tinha informado que o novo premiê não pretendia participar da COP27 para se dedicar a questões internas mais urgentes, o que foi criticado por ativistas e representantes diplomáticos. Segundo o Guardian, Sunak está revisando a decisão, principalmente depois que a imprensa britânica noticiou que o ex-primeiro-ministro Boris Johnson pretende ir ao Egito, o que poderia causar incômodo e constrangimento diplomático para o novo primeiro-ministro. A Reuters também abordou essa notícia.

Em tempo: O Climate Home elencou nove personalidades que devem chamar a atenção na COP27 nas próximas semanas. Essas pessoas poderão ser chave para mobilizar discussões importantes, como compensação por perdas e danos e justiça climática. Na relação, estão nomes como o da ministra do clima do Paquistão Sherry Rehman, o da ativista nigeriana Vanessa Nakate, o do presidente da Colômbia Gustavo Petro, e os dos enviados de EUA e China para o clima, John Kerry e Xie Zhenhua.

 

ClimaInfo, 1º de novembro de 2022.

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