Petrobras insiste em começar exploração na foz do Amazonas ainda em 2022

Petrobras foz Amazônas
Flickr - Airton Morassi

Mesmo sem ter todos os estudos de impacto ambiental nas mãos, a direção da Petrobras quer iniciar ainda neste ano a exploração de petróleo no litoral do Amapá, na chamada Margem Equatorial Brasileira, próximo à foz do rio Amazonas. De acordo com O Globo, além dos estudos, a petroleira também não terminou de fazer as consultas prévias às diversas comunidades indígenas e ribeirinhas que podem ser afetadas pela operação. A TV Cultura também abordou o assunto.

Desde antes do 1º turno das eleições presidenciais, a Petrobras vem se movimentando para acelerar o início da exploração de petróleo nessa área. Executivos da empresa oferecem o empreendimento a investidores interessados como um “novo pré-sal”, que pode aumentar sua produção em mais de 70% nos próximos dez anos. No entanto, ambientalistas e representantes do Ministério Público Federal já alertaram que os estudos de impacto ambiental conduzidos até aqui são insuficientes para assegurar que os impactos potenciais desse empreendimento estão levantados, com planos de contingência prontos no caso de vazamento de óleo. A empresa também ignora a riqueza biológica marinha do norte brasileiro, em especial o sistema de recifes identificados pelo Greenpeace na área da foz do Amazonas.

Em tempo: O pagamento de dividendos aos acionistas da Petrobras deve virar cabo-de-guerra entre a direção e os trabalhadores da empresa. O conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos relativos ao 3º trimestre do ano. No entanto, sindicatos e representantes de trabalhadores da Petrobras ameaçam ir à Justiça para impedir esse pagamento antes do começo do próximo governo. “Qualquer decisão sobre dividendos deveria caber à futura administração da empresa, e já considerando as diretrizes de um novo controlador”, disse o escritório de advocacia Garcez, que representa os petroleiros. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também expressou contrariedade com a distribuição de dividendos na véspera da mudança de governo. “Não concordamos com essa política que retira da empresa sua capacidade de investimento e só enriquece acionistas. A Petrobras tem de servir ao povo brasileiro”, disse em post no Twitter. A notícia é da Folha e d’O Globo.

 

ClimaInfo, 4 de novembro de 2022.

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