O rígido controle de informação imposto pelas autoridades egípcias à população do país atingiu também os delegados e participantes da COP27 em Sharm el-Sheikh.
Segundo o Guardian, mesmo dentro do espaço oficial da Conferência, na rede de internet da UNFCCC, o acesso a sites de notícias e de organizações de Direitos Humanos está bloqueado.
Entre os veículos brasileiros, o ClimaInfo identificou problemas de acesso aos sites de Estadão, Folha, g1 e O Globo, com o Valor sendo acessado de forma intermitente. Os participantes da COP27 estão recorrendo a aplicativos de VPN para conseguir driblar as restrições impostas pelo Egito na navegação pela internet.
“Há tantos sites bloqueados no Egito na COP27 que é perceptível e difícil para nós trabalharmos”, reclamou a ativista Alexandria Villaseñor, da Earth Uprising. “Não podemos usar nosso site Medium porque [a plataforma] está bloqueada. As agências de notícias às quais nos referimos estão bloqueadas. Não há ação climática sem verdade e informação”.
Um dos sites bloqueados pelas autoridades egípcias é o da organização Human Rights Watch (HRW), que ressaltou nos últimos meses a repressão violenta do governo contra ativistas de Direitos Humanos no país. Nesta 3ª feira (8/11), a HRW informou que seu site foi finalmente desbloqueado – a primeira vez em anos. No entanto, diversos sites de notícias seguem com acesso restrito.
Ainda sobre a repressão egípcia, os familiares do ativista Alaa Abd el-Fattah expressaram seu temor de que ele esteja sendo torturado pelas autoridades do país enquanto realiza sua greve de fome.
Em entrevista coletiva dada na COP27, os familiares pediram ao governo do Reino Unido que siga tratando com o Egito a possibilidade de extraditá-lo para evitar que ele morra na cadeia egípcia.
O Alto-Comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, pediu a libertação imediata de Alaa e afirmou que sua vida “está em grande perigo”. Guardian, Independent e Reuters deram mais informações.
ClimaInfo, 9 de novembro de 2022.
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