Cientistas apresentam caminhos para restauração em larga escala da Amazônia

Amazônia plano restauração
Valdemir Cunha / Greenpeace

O combate ao desmatamento na Amazônia é prioridade número um para qualquer governo comprometido com o esforço contra a mudança do clima no Brasil. Mas, sozinho, ele já não basta para que a maior floresta tropical do planeta contribua efetivamente para conter o aquecimento global: é necessário que essa resposta também inclua uma estratégia de restauração florestal em larga escala, para recuperar vastas áreas degradadas.

O Valor repercutiu uma proposta lançada por cientistas durante a COP27, na semana passada, que pretende criar um “corredor verde” de reflorestamento nos sudeste, sul e leste da floresta, a partir da Colômbia, passando por Peru e Bolívia, até o Maranhão. Esse corredor substituiria o que hoje é um grande arco de desmatamento, áreas em que a derrubada de árvores avança rapidamente floresta adentro.

Para tanto, a proposta prevê sete metas, que vão desde o desmatamento zero até 2030, a resolução do problema fundiário até a restauração de áreas privadas. “Para ter restauração em larga escala, é preciso ter políticas adequadas”, assinalou o policy paper.

A recuperação da Amazônia é uma verdadeira corrida contra o tempo. O descaso do atual governo com a floresta, que se reflete nos índices preocupantes de desmatamento nos últimos quatro anos, não trouxe apenas prejuízo à imagem internacional do Brasil. De acordo com o economista Bráulio Borges, da LCA Consultores e do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, a derrubada da floresta amazônica causou quase US$ 240 bilhões em perdas econômicas para todo o mundo desde 2019 – cerca de R$ 1,22 trilhão. Esse valor estima o impacto das emissões de carbono liberadas e aquelas que não foram absorvidas pela floresta destruída para a economia internacional, que se reflete em mudanças nos padrões climáticos e eventos extremos. O Valor deu mais detalhes. 

Em tempo: Os problemas fundiários e a falta de governança na Amazônia começam a causar transtornos às empresas desenvolvedoras de projetos de crédito de carbono. Para driblar o problema, um grupo de 20 empresas do setor formaram um grupo de trabalho para desenvolver um código de compliance – ou seja, regras gerais para garantir que os projetos de créditos de carbono na Amazônia garantam de fato a proteção da floresta e tenham credibilidade no mercado. A notícia é do Valor.

 

ClimaInfo, 23 de novembro de 2022.

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