Diplomacia climática e o panorama das grandes potências pós-COP27

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UNFCCC COP27 Flickr

Vale a pena ler o balanço feito pela Folha da atuação e da percepção das grandes potências globais na Conferência do Clima de Sharm el-Sheikh (COP27). Não dá para dizer que alguém tenha saído do Egito plenamente satisfeito com os resultados, mas cada governo volta para casa trazendo na bagagem seus próprios dilemas e desafios para o futuro.

Por exemplo, União Europeia e Reino Unido lamentaram o enfraquecimento dos compromissos feitos na COP26 de Glasgow por novas metas nacionais de mitigação mais ambiciosas antes de 2025, e da linguagem em torno da transição energética e do uso de combustíveis fósseis. A retirada do phase down (abandono gradual) do carvão para geração de energia e a inclusão das energias “de baixa emissão” foram um baque tremendo.

Já os EUA, principal antagonista dos países em desenvolvimento na questão do fundo de perdas e danos, tiveram que abrir mão de sua oposição para não manchar sua imagem de “proatividade” nas discussões climáticas internacionais.

Um obstáculo novo, e que deve atrapalhar a vida de Joe Biden nessa agenda nos próximos dois anos, é a vitória (ainda que apertada) da oposição republicana na Câmara dos Representantes. Com isso, será difícil aprovar novos compromissos climáticos internacionais no Congresso dos EUA.

Por fim, a China “quebrou o gelo” no diálogo diplomático com os EUA como um gesto de “boa vontade” de Pequim nas negociações climáticas. Os chineses passaram pelo Egito com o objetivo de mostrar independência e proatividade, mesmo com seus objetivos climáticos cada vez mais pressionados por considerações políticas, econômicas e estratégicas.

 

ClimaInfo, 22 de novembro de 2022.

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