Megapecuaristas acumulam multas ambientais e benefícios governamentais

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Repórter Brasil

Dizer que a pecuária adquiriu um grande poder político e econômico nas últimas décadas no Brasil é “chover no molhado”. Mas quem é essa pecuária? Quem está entre os maiores produtores? Quantas cabeças de gado eles possuem? Onde eles operam? Essas perguntas permaneciam sem resposta clara até agora, prejudicadas pela discrição dos pesos-pesados do setor e por sigilos oficiais.

O Repórter Brasil levantou parte do véu e revelou quem são, onde atuam e qual é a ficha-corrida ambiental da turma. Juntos, os dez maiores proprietários de gado do Brasil, entre pessoas físicas e jurídicas, somam R$ 640 milhões em multas ambientais do IBAMA e uma área equivalente à do município de São Paulo (1,4 mil km2) em terrenos embargados por desmatamento ilegal.

Desses dez, nove têm ao menos uma fazenda de gado na Amazônia Legal e seis criam todo o seu rebanho no bioma. Muitas dessas propriedades foram adquiridas nos anos 1960 e 1970, no auge da ditadura militar, beneficiadas por incentivos governamentais. Alguns dos magnatas atuais do gado amazônico vieram de famílias com negócios no Sul e no Sudeste, que obtiveram terras com apoio dos militares por conta da estratégia desenvolvimentista de “ocupar para não entregar”.

Entre os top 10 maiores produtores de gado do Brasil, estão nomes conhecidos, como o do banqueiro Daniel Dantas e das famílias Maggi Scheffer e Quagliato, mas também pessoas e grupos mais discretos, como os proprietários da fazenda Nova Piratininga, uma área maior que a de Portugal.

 

ClimaInfo, 5 de dezembro de 2022.

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