Países mostram disposição por acordo contra poluição de plástico

poluição por plásticos
AP Photo/Odelyn Joseph

Na semana passada, o comitê intergovernamental (INC) da ONU que negocia um pacto global para reduzir a poluição por plástico se reuniu pela primeira vez em Punta del Este, no Uruguai. Representantes de mais de 150 países, além de observadores da indústria do plástico, de entidades ambientalistas, cientistas, catadores e lideranças comunitárias e sociais participaram, presencial ou virtualmente, das discussões que abriram essa negociação.

O balanço inicial é positivo. De maneira geral, os países demonstraram disposição em formalizar um acordo internacional para acabar com a poluição plástica nas próximas décadas.

No entanto, a maneira como isso aconteceria ainda é ponto de divergência entre os governos: enquanto alguns defendem a definição de obrigações globais, outros querem uma abordagem similar à do Acordo de Paris, com metas definidas por cada país e sem obrigação jurídica.

Não coincidentemente, os principais produtores de petróleo do mundo, como Arábia Saudita e Estados Unidos, estão entre aqueles que defendem um acordo com obrigações mais fracas. Já os países europeus e africanos, junto com alguns governos latino-americanos e diversas organizações ambientalistas, se posicionaram a favor de uma meta global pelo fim da poluição plástica até 2040, com um instrumento internacional legalmente vinculante ambicioso e eficaz.

“O mundo precisa deste tratado porque estamos produzindo bilhões [de toneladas] de plásticos”, destacou Jyoti Mathur-Filipp, secretário-executivo do INC para plásticos, à Associated Press. “[Hoje] não há como garantir que esse plástico não acabe no meio ambiente”. O grupo terá até o final de 2024 para chegar a um entendimento.

Al-Jazeera, Climate Home e Reuters também repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 5 de dezembro de 2022.

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