Fazendas de fornecedor da JBS lideram desmatamento na Amazônia 

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Enquanto a UE avança com novas regras para limitar a compra de produtos agrícolas relacionados ao desmatamento, os dois maiores frigoríficos do Brasil seguem amarrados a produtores com ficha-corrida de supressão vegetal ilegal na Amazônia.

O InfoAmazonia destacou o caso da fazenda Cachoeira, no norte de Rondônia. De acordo com dados do sistema PRODES/INPE, a propriedade perdeu 8.987 hectares, o maior desmatamento da Amazônia em uma área contínua.

A fazenda está registrada no nome do pecuarista João Gilberto Assis Miranda, cuja família possui outras propriedades e fornece gado para gigantes da indústria da carne bovina, como JBS e Marfrig.

A reportagem lembrou que João Miranda e o pai dele, Gilberto, foram condenados em 1a instância da Justiça pelo desmatamento de 409 hectares e por introduzirem 390 cabeças de gado ilegalmente na área da Fazenda Cachoeira, em 2006.

Em maio passado, a propriedade foi multada pelo IBAMA em R$ 7,5 milhões por conta da derrubada ilegal de 1,5 mil hectares, com a apreensão de madeira de espécies nativas, inclusive de comércio restrito, como a castanheira; no entanto, a multa foi lavrada em nome de outra pessoa, Sebastião Carlos Candido – que, aliás, nega ser o proprietário.

Questionada, a Marfrig afirmou que a fazenda não consta mais na sua relação de fornecedores. Já a JBS alegou que somente compra matéria-prima de propriedades legalizadas e livres de desmatamento da família Miranda, sendo que a fazenda em questão não seria uma de suas fornecedoras diretas.

Em tempo: A realização do Censo está enfrentando sucessivos problemas nos últimos anos. Depois de dois anos de atraso, decorrentes da pandemia e de restrições orçamentárias, o IBGE encontrou desafios especiais no Mato Grosso, onde fazendeiros e grandes proprietários de terra estariam dificultando a contratação de recenseadores e o levantamento subsequente dos dados socioeconômicos locais. Segundo informou Míriam Leitão n’O Globo, isso seria uma “reação ideológica causada pelo bolsonarismo”, bastante forte no Estado. O MT está em último lugar no ranking nacional de recenseamento, com apenas 65,9% da população estimada recenseada. ((o)) eco também repercutiu essa informação.

 

ClimaInfo, 7 de dezembro de 2022.

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