O aumento da temperatura média global motivado pela mudança do clima está afetando o desenvolvimento dos fetos humanos. A conclusão é de um estudo publicado por cientistas britânicos e africanos na revista Lancet Planetary Health. O estudo analisou principalmente os efeitos do calor mais intenso sobre mulheres que trabalham na agricultura na Gâmbia.
Os pesquisadores descobriram que, quando a temperatura corporal e a frequência cardíaca das mulheres aumentam, o risco de sofrimento fetal se eleva em 20%. O sofrimento fetal foi indicado por uma frequência cardíaca superior a 160 batimentos por minuto, ou uma redução do fluxo sanguíneo para a placenta, conforme medido por ultrassonografia.
Os pesquisadores também revelaram que, quando uma medida de estresse térmico aumentou em 1ºC, o risco de sofrimento fetal cresceu em 17%. Isso pode se refletir em fatores importantes para o desenvolvimento do feto, como a hidratação e o recebimento de nutrientes do organismo da mãe.
“Nosso estudo revelou que agricultoras de subsistência grávidas geralmente experimentam níveis de calor extremo acima dos limites recomendados para o trabalho ao ar livre e que isso pode ter efeitos significativos na saúde delas e na de seus bebês”, assinalou a médica Ana Bonell, principal autora do estudo, ao Guardian. “Ficamos chocados ao descobrir que em 34% das visitas [a campo], houve esse impacto no feto”.
A BBC também abordou as conclusões do estudo.
ClimaInfo, 12 de dezembro de 2022.
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