Crise humanitária na Terra Yanomami é ato final da política destruidora de Bolsonaro

Povo Yanomami fome
Reprodução/Urihi Yanomami

A intensificação do garimpo na Terra Yanomami é resultado direto da irresponsabilidade do governo Bolsonaro com a situação dos povos indígenas e com o meio ambiente na Amazônia. Mas os clarões na floresta contam apenas um pedaço desse drama – e, nem de longe, eles oferecem as imagens mais pesadas.

A Associação Urihi Yanomami divulgou imagens de crianças e idosos que sofrem com desnutrição severa dentro da reserva. Os indígenas vivem na comunidade Kataroa, em Alto Alegre (RR). Por conta do garimpo, que ameaça os servidores do Ministério da Saúde que atendem aos indígenas, o serviço público de saúde foi interrompido. Sem assistência médica, as crianças Yanomami sofrem com a falta de comida e de remédios básicos.

“O agravo da invasão garimpeira, doenças infecciosas e a desassistência do DSEI [Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami] aumentam a insegurança da população, resultando em níveis catastróficos de desnutrição”, afirmou a Urihi em um post no Instagram. g1 e Mídia Ninja também divulgaram as imagens.

Além do garimpo, a corrupção também ameaça a saúde dos Yanomami. No começo de dezembro, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) desbarataram um esquema criminoso que desviou recursos que deveriam ser destinados para a compra de medicamentos para as aldeias indígenas do território.

Em tempo 1: A Defensoria Pública da União recomendou ao IBGE a contratação, com a máxima urgência, de um serviço de táxi aéreo para transportar os recenseadores até as comunidades indígenas na Terra Yanomami. Como destacou Míriam Leitão n’O Globo, mais de 50% da população Yanomami corre risco de não ser recenseada, pois o governo federal não autorizou a cessão de helicópteros oficiais para o IBGE.

Em tempo 2: O filho do empresário Rodrigo Martins de Mello, acusado pela PF de liderar um grupo criminoso responsável pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami, utilizou uma licença de exploração suspensa para requerer sua libertação pela Justiça. O documento é o mesmo investigado pelo MPF por suspeita de “lavagem” de minério; a licença cita uma área fora da reserva, mas sem mineração aparente. A notícia é da Folha.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2022.

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