PRF: caminhões usados em atos golpistas no MT já estiveram envolvidos em crimes ambientais

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Pedro Ladeira - Folhapress

Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), feito a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrou que caminhões utilizados em bloqueios antidemocráticos de estradas e vias no Mato Grosso já tiveram envolvimento em crimes ambientais, tráfico de drogas e contrabando.

Desde a confirmação da vitória do presidente-eleito Lula no 2º turno das eleições, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizam manifestações de cunho golpista. Inicialmente, esses grupos bloquearam estradas em diversos pontos do Brasil, mas concentrados principalmente no Centro-Oeste, região onde o atual mandatário obteve seu melhor desempenho eleitoral.

Na época, o STF determinou à PRF que identificasse os veículos que participavam dos bloqueios, bem como seus proprietários. Um ofício assinado pelo procurador-geral de Justiça de MT, José Antônio Pereira, ressaltou que “alguns desses veículos têm, inclusive, envolvimento com ilícitos anteriores, conforme informado pela PRF”.

A Folha listou alguns desses veículos. Por exemplo, um veículo utilizado nos bloqueios, em nome de Vanteir Pereira da Silva, foi apreendido em dezembro de 2021 em Rondonópolis (MT) por transportar madeira, lenha e carvão sem licença válida.

Como ((o)) eco assinalou, o Mato Grosso tem sido um dos estados mais afetados pelo movimento antidemocrático. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, determinou o afastamento do prefeito de Tapurah, Carlos Capeletti, por financiar atos golpistas em rodovias no estado. Outro caso é o do bolsonarista Milton Baldin, preso por ter mobilizado atiradores com registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC) para um ato contra o presidente-eleito Lula.

Em tempo: Por falar em armas, a Veja destacou a preocupação da equipe de transição do próximo governo com a explosão no número de armas legais circulando na Amazônia. A região registra um número médio de armas por cidadão maior do que a média nacional. Com o crime organizado cada vez mais forte e presente na Amazônia, existe o temor de que essas armas possam ser utilizadas em conflitos com comunidades tradicionais ou mesmo agentes de segurança pública durante operações de fiscalização.

 

ClimaInfo, 13 de dezembro de 2022.

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