Ártico está ficando mais quente e tempestuoso, alertam cientistas

Ártico degelo
Felipe Dana/AP

Incêndios florestais, ondas de calor e tempestades são eventos extremos historicamente incomuns no Ártico. Apesar disso, eles vêm se repetindo com uma frequência e velocidade cada vez maior, o que alerta para os efeitos da mudança do clima em uma dos ambientes mais delicados do planeta.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos divulgou nesta semana seu relatório anual sobre o clima no Ártico. A conclusão é clara: o extremo norte da Terra está ficando mais quente e úmido, o que tem favorecido a ocorrência de incêndios florestais e de tempestades.

A média das temperaturas atmosféricas no último período anual (outubro de 2021 a setembro de 2022) foi a 6ª mais quente desde 1900, continuando uma tendência de décadas em que a temperatura do ar do Ártico aqueceu mais rápido do que a média global. Os sete anos mais quentes registrados no Ártico desde 1900 coincidem com os últimos sete anos.

O índice de precipitação manteve sua tendência de aumento, observada desde a década de 1950. Da mesma forma, a umidade aumentou no último ano, especialmente na região subártica do Atlântico Norte. Já no Pacífico, o destaque foi a ocorrência do tufão Merbok, que atingiu a costa do Alasca e a região do Mar de Bering em setembro passado.

Ao mesmo tempo, a extensão da cobertura de gelo marinho no Ártico foi maior do que nos outros anos, mas muito menor do que a média de longo prazo. A extensão plurianual do gelo, a espessura e o volume de gelo marinho se recuperaram após uma baixa quase recorde em 2021, mas estavam abaixo das condições nas décadas de 1980 e 1990, com gelo mais antigo ficando cada vez mais raro. No verão, o degelo do Ártico facilitou o tráfego de embarcações no Polo Norte.

CNBC, CNN, Gizmodo, NY Times, The Hill e Washington Post repercutiram a análise da NOAA sobre os efeitos do aquecimento global no Ártico.

 

ClimaInfo, 15 de dezembro de 2022.

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