Reconstrução: os desafios de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente

Marina Silva reconstrução
José Cruz - Agência Brasil

Depois da tempestade devastadora, o sol irradia e a brisa é fresca. Essa é a sensação de quem atua e acompanha questões de meio ambiente e clima no Brasil depois de 1º de janeiro.

Com o pior governo da história no retrovisor, o país tem uma chance histórica de não apenas recuperar as estruturas e as políticas dilapidadas pelos antigos donos do poder, mas também a de construir as bases para um futuro sustentável e equilibrado, com justiça social e proteção ambiental.

Poucas coisas simbolizam esse momento tão bem como o retorno de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente. Respeitada dentro e fora do Brasil, a nova ministra traz uma injeção de otimismo, ainda que os desafios de hoje sejam muito mais complexos do que aqueles de duas décadas atrás, em sua primeira passagem no governo.

“O que constatamos foi um profundo processo de esvaziamento e enfraquecimento de órgãos ambientais”, assinalou Marina em seu discurso de posse no último dia 4. “O Ibama e o ICMBio foram totalmente fragilizados, e seus servidores foram perseguidos, demitidos, maltratados ou desautorizados em plena operação de fiscalização. A política de mudança do clima foi completamente esvaziada, a ponto de que o Brasil, que antes era um expoente ator na esfera global, passou a ser visto como um pária”.

Assim, o mote que deve marcar a nova gestão de Marina no MMA é o da reconstrução. A nova ministra reconhece que, mesmo com a mudança de governo, problemas estruturais que complicaram historicamente a vida do ministério persistem neste começo de 2023 – principalmente, o aperto orçamentário deixado pelo governo anterior.

Exatamente por isso, a primeira viagem internacional de Marina após reassumir o MMA será para o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que acontece nesta semana. Em entrevista à TV Brasil, a ministra afirmou que pretende realizar conversas com entidades filantrópicas internacionais e representantes governamentais de outros países em busca de novos recursos para financiar a proteção ambiental.

 

ClimaInfo, 16 de janeiro de 2023.

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