Marina dispensa militares e começa “faxina” no IBAMA e ICMBio

19 de janeiro de 2023
exonerações MMA
Evaristo Sa/AFP

Nesta semana, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima exonerou os superintendentes do IBAMA em 21 estados, em um esforço para “limpar o terreno” e iniciar o processo de reconstrução do órgão ambiental no pós-Bolsonaro.

Ao todo, 47 pessoas foram exoneradas, todas em cargos de alto escalão e superintendências regionais do IBAMA. Boa parte dos nomes dispensados era de militares indicados pelos ministros que comandaram a pasta no antigo governo, sem qualquer experiência ou conhecimento na área ambiental. Além do despreparo técnico, esses militares foram acusados nos últimos anos de fazer perseguição política e assédio moral a servidores e funcionários do órgão.

Por exemplo, o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, Luiz Renato Fiori, atuava como superintendente do IBAMA no Espírito Santo desde junho de 2020. Um ano depois, como informou a Folha, ele foi denunciado à ouvidoria da Controladoria-Geral da União (CGU) por não comparecer ao local de trabalho por duas semanas.

Outro nome nessa condição é o do empresário Bruno Semeghini, que chefiava o IBAMA em Goiás. No ano passado, ele também foi denunciado por assédio moral e perseguição. ((o)) eco e g1 deram mais informações sobre as mudanças no IBAMA.

Em compensação, o Estadão noticiou a indicação do servidor Hiago Usliam Braz para a diretoria de planejamento, administração e logística do ICMBio. Nos últimos anos, ele foi um dos nomes de confiança dos ministros do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, tendo comandado inclusive o malfadado programa “Adote um Parque”. A indicação foi feita pelo presidente interino do ICMBio, Marcelo Marcelino de Oliveira, que ocupará o posto até a seleção e formalização de um novo presidente, o que deverá demorar um pouco.

Em tempo 1: Graças ao trabalho da equipe de transição, o MMA tem a expectativa de aumentar sua previsão orçamentária para 2023 em R$ 550 milhões em relação ao que foi proposto pelo governo Bolsonaro. De acordo com ((o)) eco, o remanejamento de verba e a execução de emendas ao orçamento devem garantir cerca de R$ 3,5 bilhões para o ministério neste ano, valor equivalente ao que se tinha antes de 2019. Os recursos extra vão ajudar na retomada de programas importantes, como a Bolsa Verde.

Em tempo 2: Enquanto isso, em Davos (Suíça), a ministra Marina Silva afirmou à Folha que as conversas em torno de novos doadores para o Fundo Amazônia estão avançando. “O potencial de ampliação do Fundo é muito grande. Neste momento, estamos identificando vários parceiros e prospectando formas de ampliar esses aportes por meio da iniciativa privada, da filantropia e dos governos”, disse. Uma meta potencial, citada pelo climatologista Carlos Nobre, é que o Fundo chegue a US$ 10 bilhões, o que representa quase 10 vezes o valor original de 2008.

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2023.

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