A revista Science publicou na 6ª feira (27/1) um estudo de cientistas brasileiros e de outros países sobre a extensão e os impactos da degradação da floresta amazônica motivada pelo desmatamento e pela mudança climática, ambos causados pelos seres humanos.
De acordo com a análise, cerca de 38% da área original da Amazônia já sofre com a degradação e não tem as mesmas funções e capacidade de regeneração. Entre os fatores que impulsionaram a degradação, o estudo elenca a extração seletiva de madeira, os incêndios florestais, as secas extremas e o efeito de borda (quando áreas de vegetação são modificadas e perdem suas características originais por efeitos secundários do desmate de áreas vizinhas).
A análise indica também que a degradação da Amazônia pode resultar na liberação de até 200 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, quase o mesmo volume de carbono liberado à atmosfera pelo desmatamento (até 210 milhões de tCO2).
Os dados tiveram ampla repercussão na imprensa, com manchetes em veículos como BBC Brasil, Correio Braziliense, Estadão e Folha, além de destaques na mídia internacional no Axios, Guardian, Independent, RFI, e Scientific American. O Observatório do Clima também abordou o estudo.Em tempo: Outro estudo, publicado na Nature Climate Change, apontou para um efeito cascata de grande proporção das queimadas que vêm consumindo vastas áreas da Amazônia nos últimos anos. Os autores descobriram um novo caminho atmosférico que vai da Amazônia até a Ásia Central, se estendendo por cerca de 20 mil km. Com base nisso, eles descobriram uma correlação entre o aquecimento amazônico e o aumento da temperatura no Himalaia; da mesma forma, quando as chuvas se intensificam na Amazônia, o Tibete fica mais seco. O estudo foi reportado por Bloomberg, CNN, O Globo, Phys e UOL, entre outros.
ClimaInfo, 30 de janeiro de 2023.
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