BP projeta pico global da demanda por petróleo para perto de 2030

Os efeitos de longo prazo da guerra entre Rússia e Ucrânia no leste europeu podem acelerar a transição energética global e antecipar o pico da demanda de combustíveis fósseis nesta década. A conclusão é da petroleira BP, que divulgou nesta 2ª feira (30/1) suas projeções para o mercado de energia de 2023.

“A demanda global por petróleo estabiliza nos próximos dez anos ou mais antes de cair no restante das perspectivas, impulsionada em parte pela queda no uso de petróleo no transporte rodoviário, à medida que os veículos se tornam mais eficientes e são cada vez mais abastecidos por fontes alternativas de energia”, disse a BP.

De acordo com a BP, a chave para essa aceleração está na reação dos governos, principalmente dos países do G7, que resultou na intensificação de novos investimentos na geração de energia renovável como garantia para a independência energética.

Com isso, segundo a petroleira, as projeções para emissões globais de carbono do setor de energia tiveram uma queda em relação ao que se esperava no começo de 2022 – de 3,7% em 2030 e 9,3% em 2050. Da mesma forma, a demanda projetada por petróleo e gás também diminuiu em 5% e 6% em 2035, respectivamente.

A análise descreve três cenários possíveis até 2050. Na projeção menos ambiciosa, a demanda global de petróleo permaneceria próxima dos atuais 100 milhões de barris diários até o final desta década, caindo para cerca de 93 milhões de b/d em 2035. Já no cenário intermediário, a demanda cairia para 91 milhões de barris diários em 2030 e, cinco anos depois, para 80 milhões. Por fim, no mais ambicioso, a redução da demanda seria mais intensa: 85 milhões de b/d ao final desta década, e 70 milhões de barris em 2035.

A BP também estimou que as emissões globais atingirão seu pico ainda nesta década e cairão 30% em relação aos níveis de 2019 por volta de 2050. Essa queda seria insuficiente para garantir que o mundo neutralize suas emissões líquidas de carbono em meados deste século, como definido por muitos países nos últimos anos.Os dados da BP sobre o cenário global de energia foram amplamente repercutidos na imprensa, com destaques em Bloomberg, Business Green, Financial Times, Guardian, Oil Price e Reuters, entre outros.

ClimaInfo, 31 de janeiro de 2023.

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