Carros elétricos devem crescer de forma tímida no Brasil na próxima década, diz EPE

Brasil carros elétricos
Getty

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), associada ao Ministério de Minas e Energia, lançou nesta semana uma nova análise com projeções sobre o futuro da eletrificação do transporte no Brasil. O grande destaque está nas perspectivas para os carros elétricos ganharem as ruas do país: o relatório enxerga um caminho acidentado pela frente, o que deve atrasar a adoção dessa tecnologia entre a massa de consumidores.

Alguns obstáculos são mais significativos para a adoção plena dos elétricos, como a falta de infraestrutura para recarga e o alto investimento necessário para implementar tais postos, além dos custos das baterias. Outro problema é o fato de que as montadoras nacionais ainda não se interessaram pela fabricação doméstica desses veículos, o que resulta em modelos importados vendidos na cotação do dólar, a preços que afastam o consumidor médio.

Assim, a expectativa para a próxima década é de um crescimento tímido no mercado nacional. De acordo com a EPE, os veículos elétricos devem responder por apenas 7% dos licenciamentos em 2032. No transporte de cargas, contudo, esse avanço será mais notável: em dez anos, 20% dos licenciamentos no setor devem ser de modelos elétricos, e 15% de híbridos.

Canal Energia e Petronotícias deram mais informações.

Em tempo 1: Por falar em infraestrutura para elétricos, a Quatro Rodas destacou um dos entraves para a recarga desses veículos no Brasil: a falta de padronização entre os carregadores elétricos. Tal qual acontece com smartphones, existem diversos padrões em utilização no mercado, geralmente associados a montadoras ou regiões específicas onde esses veículos são fabricados e circulam. A falta de padronização já causa problemas lá fora, forçando o setor a criar adaptadores para permitir a recarga de diferentes modelos.

Em tempo 2: Recentemente, o INMETRO modificou um padrão referente à autonomia dos veículos elétricos que são vendidos no mercado nacional. A medida foi recebida com críticas, já que diminui a autonomia em cerca de 30%: por exemplo, se um carro rodar 100 km sem recarga no teste de laboratório, a informação oficial será de 70 km. A ideia do INMETRO é dar uma aproximação mais fiel do veículo com a realidade cotidiana dos motoristas, o que vem sendo questionado por montadoras e proprietários. A notícia é do UOL Carros.

ClimaInfo, 3 de fevereiro de 2023.

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