Terra Yanomami possui 75 pistas clandestinas de pouso, mostra levantamento

pistas de pouso ilegais
Anderson Coelho / Intercept Brasil

Um levantamento feito pelo MapBiomas identificou 75 pistas de pouso ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Essas pistas são utilizadas principalmente pelo garimpo, para retirada do metal extraído ilegalmente da área e para o envio de mantimentos e transporte de garimpeiros.

Em toda a Amazônia, o MapBiomas apontou a existência de 2.869 pistas de pouso, mais do que o dobro das instalações sob registro na ANAC. Desse total, 804 (28% do total) estão localizadas dentro de áreas protegidas, com 210 em Territórios Indígenas e 498 em Unidades de Conservação.

Além da Terra Yanomami, as reservas de Raposa Serra do Sol (58 pistas), Kayapó (26), Munduruku (21) e Parque do Xingu (21) figuram na liderança do ranking das áreas indígenas com mais registro de pistas de pouso. Já as Unidades de Conservação com o maior número dessas instalações são a APA do Tapajós (156 pistas), a Flona do Amaná (53), a APA Triunfo do Xingu (47) e a Floresta Estadual do Paru (30).

“Há um problema logístico intrínseco ao garimpo, em especial dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação, onde não há grandes rotas de acesso terrestre ou fluvial. Isso exige o acesso aéreo para abastecimento do garimpo e escoamento da produção ilegal”, explicou Cesar Diniz, coordenador técnico do mapeamento da mineração no MapBiomas. “Identificar essas pistas de pouso encravadas na floresta amazônica é tarefa essencial para estrangular o garimpo ilegal”.

Folha, Metrópoles, O Globo e Valor, entre outros, repercutiram essas informações.

Em tempo: Enquanto isso, a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou na última 2ª feira (6/2) a abertura parcial do espaço aéreo sobre a Terra Yanomami, que tinha sido fechado na semana passada. A FAB definiu três corredores de voo para viabilizar a saída de garimpeiros da região. Eles terão até o dia 13 de fevereiro para deixar o território. A ideia é facilitar a saída dos garimpeiros da área, e ficou mais complicada e cara depois das restrições impostas pelo governo federal. Agência Brasil, Estadão, g1, Poder360 e VEJA deram mais detalhes.

ClimaInfo, 8 de fevereiro de 2023.

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