Yanomamis denunciam assassinato de três indígenas por garimpeiros em fuga

Crise Yanomami assassinatos
reprodução vídeo g1

Três indígenas Yanomami foram assassinados por garimpeiros na região de Homoxi, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A informação foi confirmada no último domingo (5/2) pelo líder Júnior Hekurari Yanomami, a partir de relatos de representantes indígenas das regiões de Haxiu e Waphuta. 

“Estamos acompanhando essas mortes que ocorreram pelas mãos de garimpeiros na comunidade Homoxi. Fomos lá ontem para ver, mas havia muitos garimpeiros. Por isso, não conseguimos pousar para ver os corpos”, explicou Júnior ao jornal O Globo. “Os Yanomami da comunidade estão lá ainda e o nosso medo é de que os corpos sejam queimados antes da chegada das autoridades”. O g1 divulgou imagens do sobrevoo sobre a área.

Suspeita-se que os três indígenas, que seriam jovens Yanomami, foram assassinados por garimpeiros em fuga do território. A região de Homoxi é uma das mais ocupadas pelo garimpo ilegal dentro da reserva. Desde o final da semana passada, milhares de garimpeiros buscam meios para deixar a Terra Yanomami, sob o temor de uma  operação antigarimpo pelo governo federal. Agência Brasil, g1 e Metrópoles também deram a notícia.

O espaço aéreo sobre o território Yanomami está sob controle da Força Aérea, que restringiu a circulação de aeronaves. Ainda assim, a expectativa do governo é de que até 80% dos garimpeiros saiam voluntariamente nos próximos dias.

“Esse fluxo de saída está ocorrendo na casa dos milhares”, afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino, nesta 2ª feira (6/2). “A nossa previsão é de que esse fluxo aumente nos próximos dias, ou seja, que mais pessoas saiam ainda, e nós estamos na expectativa que, quando do início das ações policiais coercitivas, nós já tenhamos pelo menos 80% desse contingente de 15 mil [garimpeiros]”. Dino prometeu que, mesmo com a fuga, os garimpeiros ficarão impunes pelas ilegalidades cometidas na Terra Yanomami. “Sobre as investigações, temos um foco prioritário: os financiadores, os donos dos garimpos ilegais e aqueles que fazem lavagem [de ouro]. Claro que temos os executores de crimes ambientais, e essas pessoas estão sendo identificadas por imagens e serão alvo do inquérito policial”. Folha, g1 e O Globo repercutiram a fala do ministro da Justiça.

ClimaInfo, 7 de fevereiro de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.