Um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) aponta que as perdas de zonas úmidas ao redor do mundo são menores do que o vinha sendo indicado por análises anteriores. Ainda assim, a área úmida total perdida nos últimos 300 anos (cerca de 3,3 milhões de km2) supera o território da Índia (3,2 milhões de km2). O artigo foi publicado na revista Nature.
Percentualmente, o estudo sugere que as perdas tenham abrangido pelo menos 21% do total de zonas úmidas naturais da Terra, patamar inferior aos 50-87% estimados por outras pesquisas. A estimativa mais baixa é provavelmente, segundo os pesquisadores, resultado do foco do estudo, que se restringiu às observações históricas disponíveis a partir de 1850.
O estudo enfatizou que as perdas de zonas úmidas foram drasticamente altas em algumas regiões, como nos Estados Unidos, onde estima-se uma perda de 40% de suas zonas úmidas desde 1700, correspondendo a mais de 15% de todas as perdas globais registradas no período. Além disso, embora a conversão e a degradação dessas áreas tenham diminuído globalmente, o processo continua acelerado em algumas regiões do globo, como a Indonésia, onde agricultores e empresas continuam desmatando grandes áreas para produção de óleo de palma.
“Apesar das boas notícias que nossos resultados podem implicar, continua sendo urgente interromper e reverter a conversão e a degradação das zonas úmidas”, disse o principal autor do estudo, Etienne Fluet-Chouinard. “É fundamental considerar as disparidades geográficas nas perdas, porque os benefícios locais perdidos das zonas úmidas drenadas não podem ser substituídos por zonas úmidas em outros lugares”.
Bloomberg e Guardian deram mais informações sobre o estudo.
ClimaInfo, 9 de fevereiro de 2023.
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