A visita de Lula aos EUA nesta 6ª feira (10/2) deve ter a questão ambiental e climática na agenda de conversas com o líder norte-americano, Joe Biden. Exatamente por isso, grupos da sociedade civil dos EUA e do Brasil estão se articulando para “encorpar” essas discussões com propostas mais substanciais.
“Esse encontro acontece em um momento em que os dois países sentem pressão para entregar compromissos e liderar as agendas”, observou Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, à jornalista Daniela Chiaretti no Valor. “O presidente Lula tem que provar que consegue restaurar a credibilidade do país na arena internacional, e os EUA, por seu turno, podem restaurar sua credibilidade particularmente em finanças climáticas”.
Entre as propostas assinaladas, estão a participação dos EUA no financiamento do Fundo Amazônia, a aprovação de uma lei antidesmate para o comércio exterior pelo Congresso norte-americano, e mais suporte do governo brasileiro à rastreabilidade das commodities e ao combate contra o desmatamento.
Ao mesmo tempo, ((o)) eco destacou a movimentação de organizações da sociedade civil e partidos políticos para se envolver mais ativamente nas discussões em torno do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Uma das preocupações está nos reflexos desse acordo para a biodiversidade amazônica e as populações tradicionais que nela vivem.
“O acordo não contém cláusula ambiental compulsória, nem estabelece qual arcabouço legal ou o espaço para litigância em caso de surgirem conflitos, tornando frágil a possibilidade de ações efetivas de reparação para violações de Direitos Humanos e territoriais”, observou Tatiana Oliveira, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC).
Em tempo 1: O governo federal anunciou ontem a instalação da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento. O grupo será composto por representantes de 19 ministérios e terá como objetivo articular as diferentes áreas governamentais no esforço para viabilizar um dos principais compromissos do presidente Lula na agenda ambiental – zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. A notícia é do g1.
Em tempo 2: “Não quero presidir comissão nenhuma neste primeiro ano”. Essa é a palavra de um ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro, agora deputado federal por SP, em entrevista à VEJA. Nos últimos dias, o nome dele foi especulado para a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, o que provocou uma grande revolta entre ambientalistas e especialistas por conta do histórico “boiadeiro” do sujeito. Vamos ver se essa palavra, diferente de todas as demais ditas por ele nos últimos anos, fica em pé.
ClimaInfo, 9 de fevereiro de 2023.
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