Relatório: mais de 1/3 das empresas associadas ao desmatamento segue sem políticas para combatê-lo

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Ueslei Marcelino/Reuters

As 500 empresas globais com maior exposição ao risco de desmatamento ainda estão tropeçando quando o assunto é combate à derrubada de floresta. Um levantamento feito pela Global Canopy divulgado nesta 4ª feira (15/2) mostrou que nenhuma delas possui negócios totalmente livres de desmatamento e que 40% sequer possuem uma política de enfrentamento a esse problema.

O relatório Forest 500 enfoca 350 empresas que consomem matérias-primas ligadas ao desmatamento (como madeira, óleo de palma, carne bovina, couro, papel etc.) e as 150 instituições financeiras e fundos que mais financiam essas atividades.

A análise também revelou que muitas das empresas que estabeleceram políticas antidesmatamento em suas cadeias de valor não estão realizando sua implementação de forma adequada. Das 100 empresas com compromissos de redução do desmatamento associado às commodities que comercializam ou consomem, apenas 50% estão monitorando seus fornecedores ou regiões fornecedoras.

O quadro é ainda mais problemático no setor financeiro. No total, as 150 instituições analisadas fornecem mais de US$ 6 trilhões em financiamento para empresas em cadeias de suprimento com risco florestal. No entanto, somente 16 (11%) possuem políticas claras para reduzir sua exposição ao risco de desmatamento em seus investimentos e oferta de serviços financeiros.

AFP, Business Green, Guardian e Reuters, entre outros, repercutiram a análise.

Em tempo: Um levantamento publicado pela Repórter Brasil mostrou que mais de mil lojas da rede varejista Carrefour podem estar vendendo carne bovina produzida em áreas de risco ambiental na Amazônia, incluindo Terras Indígenas e fazendas acusadas de utilizar mão de obra análoga à escravidão. Dos 498 produtos analisados e comercializados em todo o país, 148 vieram de frigoríficos no Pará, em Rondônia, Mato Grosso e Tocantins; e, entre os fornecedores, estão duas gigantes do setor – JBS e Masterboi.

ClimaInfo, 16 de fevereiro de 2023.

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