Brasil ganha 1,7 milhão de hectares de superfície de água, mas tendência é de seca

Brasil superfície de água
Greenpeace

O ano de 2022 trouxe uma notícia ligeiramente positiva para os recursos hídricos no Brasil. Graças às chuvas mais intensas, a superfície de água no país ficou 1,5% acima da média histórica no ano passado, ocupando cerca de 18,2 milhões de hectares (2% do território nacional). Os dados são do MapBiomas Água, levantamento feito pela plataforma MapBiomas divulgado nesta 5ª feira (16/2).

Entre 2021 e 2022, o Brasil recuperou 1,7 milhão de hectares de superfície de água, com destaque para o Cerrado (+11,1%) e a Amazônia (+6,2%). Apesar do ganho no último ano, o país perdeu 1,5 milhão de hectares de superfície de água desde 1985.

Essa perda é generalizada em todos os biomas, mas foi mais proeminente no Pantanal, onde o déficit de cobertura de água foi de 81,7%, bem acima do segundo lugar, a Caatinga (-19,1%). A redução do Pantanal colocou o Mato Grosso do Sul na liderança dos estados com maior perda de superfície de água nas últimas três décadas e meia: queda de 57% em relação a 1985, ou 781.691 hectares.

“Apesar do sinal de recuperação que 2022 representou, a série histórica aponta para uma tendência predominante de redução da superfície de água no Brasil”, alertou Carlos Souza, pesquisador do Imazon e coordenador do mapeamento do MapBiomas. “Todos os anos mais secos da série histórica do MapBiomas ocorreram nesta e na última década. O intervalo entre 2013 e 2021 engloba os dez anos com menor superfície de água, o que torna essa última década a mais crítica da série histórica.”Os dados do MapBiomas Água tiveram destaque em diversos veículos, como Folha, Globonews, Metrópoles, O Globo, R7 e VEJA, entre outros.

ClimaInfo, 17 de fevereiro de 2023.

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