Se o mundo se focar somente nos impactos da crise climática, sem lidar diretamente com a causa do problema, podemos entrar em uma espiral destrutiva que potencializará ainda mais esses danos. Esse é o alerta de um novo estudo divulgado na semana passada pelo Institute for Public Policy Research (IPPR) e Chatham House.
“É um ciclo de destruição (loop doom): as consequências da crise e o fracasso em enfrentá-la afastam foco e recursos para combater suas causas. Descrevemos isso como um ‘risco estratégico’ para nossa capacidade coletiva de realizar uma transformação das sociedades que, em última análise, evita mudanças climáticas e ecológicas catastróficas”, ressaltou o estudo.
A análise explora um exemplo atual do impacto da crise climática, complicando os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa – a discussão em torno de manter ou não a meta de aquecimento de 1,5oC. Para os pesquisadores, aqueles que argumentam que ela ainda é possível correm o risco de perpetuar a complacência de que o ritmo lento de ação de hoje é suficiente, enquanto aqueles que argumentam contrariamente correm o risco de apoiar o fatalismo de que pouco pode ser feito agora.
“É necessário um esforço sistemático para enfrentar as ameaças e aproveitar as oportunidades para uma ação ambiental rápida gerada pelo aprofundamento das consequências da crise: tornar a própria transição verde mais resiliente. Caso contrário, o mundo poderá entrar ainda mais em uma espiral de choques ambientais acelerados e reações defensivas contraproducentes”, completa a análise.O relatório foi destaque em veículos como Evening Standard, Guardian e Washington Post.
ClimaInfo, 24 de fevereiro de 2023.
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