Confusão marca resposta governamental à contaminação por desastre de trem nos EUA

EUA desastre ambiental
Alan Freed/Reuters

A Casa Branca de Joe Biden vem sendo criticada nos Estados Unidos por conta de sua reação ao descarrilamento de um trem que carregava substâncias químicas tóxicas na região de East Palestine, em Ohio. O acidente causou grande comoção na população local, que relatou sintomas de contaminação da água, do solo e do ar.

Inicialmente, a resposta governamental ficou concentrada no nível estadual, com a empresa responsável pelo trem, a Norfolk Southern, se encarregando da retirada das substâncias tóxicas e de eventual descontaminação. No entanto, a forma como a empresa lidou o material chamou a atenção dos moradores: num primeiro momento, ela optou pela queima in loco, o que alarmou as comunidades no entorno do acidente.

Na última 6ª feira (24/2), o trabalho de retirada do material foi assumido pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA, com o governo federal passando a liderar a resposta oficial. Análises iniciais mostram que não houve contaminação significativa em East Palestine, mas representantes do departamento de recursos naturais de Ohio afirmaram que corpos d’água foram contaminados, resultando na morte de milhares de animais aquáticos.

A lentidão do envolvimento da Casa Branca na crise foi criticada por moradores e pela oposição republicana, que acusou Biden de ignorar o sofrimento dessa população. O secretário de transporte dos EUA, Pete Buttigieg, também foi alvo de críticas republicanas, inclusive com a sugestão de um possível impeachment na Câmara dos Representantes, controlada pela oposição.

Em resposta, os democratas ressaltaram que a desregulamentação promovida pela gestão do ex-presidente Donald Trump no transporte férreo contribuiu diretamente para a ocorrência do acidente e limitou o envolvimento inicial das autoridades federais na crise.Os desdobramentos da crise em East Palestine foram amplamente abordados na imprensa, com destaques em CNN, Guardian, New Scientist, Reuters e Washington Post, entre outros.

ClimaInfo, 2 de março de 2023.

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