Indicado para presidência do Banco Mundial defende ação climática

Presidente Banco Mundial Ajay Banga

Indicado pelo presidente dos Estados Unidos para comandar o Banco Mundial, Ajay Banga vai começar a visitar países da Europa, África, Ásia e América Latina nesta semana, a fim de ganhar apoio para sua candidatura. O executivo destacou a necessidade da instituição trabalhar para reduzir a pobreza e a desigualdade, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Durante entrevista no Departamento do Tesouro estadunidense, Banga deixou claro que não tinha dúvidas sobre as causas das mudanças climáticas. Disse ainda que há evidências científicas suficientes que comprovam que a queima de combustíveis fósseis contribui para alterar o clima do planeta.

A fala não foi feita em vão. Se eleito, Banga vai marcar uma guinada no comando da entidade, atualmente presidida por David Malpass. Acusado de negacionismo climático, Malpass antecipou o fim de seu mandato em um ano e ficará no cargo até junho. Isso permitiu a Biden indicar alguém alinhado com as ideias do governo norte-americano sobre mudanças climáticas e sobre estratégias de combate a problemas relacionados ao clima. Bloomberg, Reuters e New York Times repercutiram as falas de Ajay Banga.

A onda de investimentos em ações contra as mudanças climáticas em consonância com as metas do Acordo de Paris tem como um de seus destaques a substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis por similares elétricos. Contudo, esta tendência, sobretudo nos países desenvolvidos, despertou a preocupação da presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, com um possível protecionismo destas nações, que pode prejudicar o acesso de países pobres a tecnologias.

“Há sinais de progresso, à medida que as principais economias realinham suas estruturas fiscais para acelerar a transição verde. Mas as políticas devem manter o foco nessa transição – ao invés de fornecer uma vantagem competitiva para as empresas domésticas”, escreveu Georgieva, no blog do FMI. Para ela, as políticas devem “ser cuidadosamente projetadas para evitar gastos desnecessários ou tensões comerciais e para garantir que a tecnologia seja compartilhada com o mundo em desenvolvimento”. A informação é do Climate Home News.

Em tempo: O Washington Post publicou uma ferramenta interativa sobre as emissões atmosféricas dos dois maiores poluidores do planeta: os Estados Unidos e a China. O objetivo é mostrar em que ano o país asiático – que lidera as taxas de industrialização do planeta há décadas – passará a emitir mais dióxido de carbono que a (por enquanto) maior economia do mundo. De acordo com as projeções, a virada chinesa deve ocorrer em 2050. Entretanto, a China deverá superar as emissões da Europa já em 2039.

ClimaInfo, 6 de março de 2023.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.