Estudo reforça relação entre crise climática e intensificação de tempestades e estiagens

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AP / Andre Penner

Um estudo de cientistas da NASA publicado na revista Nature Water mostra que a intensidade de secas e chuvas extremas aumentou bastante nos últimos 20 anos. E esses eventos, cada vez mais frequentes, generalizados e intensos, estão mais ligados à crise climática, que vem provocando a elevação das temperaturas globais, do que as mudanças naturais nos padrões climáticos, como o El Niño e La Niña, detalha a CNN.

A forte ligação entre esses extremos climáticos e o aumento das temperaturas médias globais indica que o aquecimento global contínuo vai trazer mais secas e tempestades piores em muitas medidas – mais frequentes, mais severas, mais longas e maiores. Tais ocorrências já estão levando a extremos, como quebras de safra, danos à infraestrutura e crises humanitárias e conflitos, reforça a AP. E tendem a piorar.

A análise parte de dados de um par de satélites conhecidos como Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE). As informações foram usadas para medir mudanças no armazenamento de água da Terra – a soma de toda a água no planeta, incluindo águas subterrâneas, água de superfície, gelo e neve.

O estudo se baseou em 20 anos de dados, entre 2002 e 2021, e analisou tamanho, duração e gravidade – quanto mais úmido ou seco é do que o normal – de eventos extremos relacionados à água em todo o mundo. Foram identificados 505 eventos extremos de chuva e 551 eventos extremos de seca durante este período, com aproximadamente 70% durando seis meses ou menos e cerca de 10% durando mais de um ano.

Os pesquisadores dizem que os dados confirmam que tanto a frequência quanto a intensidade das chuvas e das secas estão aumentando devido à queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas que liberam gases de efeito estufa (GEE).

O estudo também foi noticiado por Washington Post, Euronews e PBS.

Em tempo: As mudanças climáticas pioraram as tempestades que provocaram inundações e paralisaram parte da Nova Zelândia no mês passado. Um estudo feito por 23 cientistas de todo o mundo descobriu que o aquecimento global intensificou as chuvas do ciclone Gabrielle, que incluíram pelo menos seis horas de dilúvios de quase 20 milímetros por hora, informa a AP e a Bloomberg. Contudo, não foi possível quantificar precisamente o peso da crise climática sobre as tempestades. “A mudança climática é uma preocupação séria para as inundações na Nova Zelândia e você precisa entender que são quantidades gigantescas de chuva”, disse Sam Dean, coautor e cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Atmosféricas e Água do país.

ClimaInfo, 15 de março de 2023.

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