Desde o final da semana passada, o mercado financeiro internacional está especulando em torno dos efeitos do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) sobre a economia internacional. Por ora, a situação parece distante da hecatombe vista em 2008, mas para um setor industrial em específico o cenário atual pode ser tão desastroso quanto o da Grande Recessão: a indústria de tecnologia verde.
O SVB era uma das instituições financeiras mais próximas das startups e empresas de tecnologia do Vale do Silício, principal polo tecnológico do planeta. Em muitos casos, o banco era a alternativa para financiamentos a empresas em estágio inicial, sem condição de obter crédito com grandes instituições. Agora, a vida sem o SVB pode ser mais complicada para esses empreendedores.
“O desafio que você tem é que nenhum grande banco quer emprestar dinheiro que seja pré-receita para uma startup”, explicou Scott Thomsen, executivo da Breakthrough Energy Ventures, ao Wall Street Journal. O Washington Post também destacou como o colapso do SVB pode prejudicar o desenvolvimento de novas empresas de tecnologia verde, impactando diretamente os esforços dos EUA para a transição energética.
Por outro lado, o enviado especial da ONU para clima e finanças, Mark Carney, ressaltou que não enxerga a falência do SVB como uma ameaça ao financiamento de empresas de tecnologia verde. “Não prevejo que isso seja material para a disponibilidade de capital para tecnologia climática”, disse o ex-chefe do Banco da Inglaterra, citado pela Reuters.
De toda forma, como ressaltou o site POLITICO, a indústria de tecnologia verde segue sentindo “calafrios” com os efeitos da quebradeira do SVB sobre seus negócios. “[O fim do SVB] é um grande golpe para as startups de tecnologia em estágio inicial ou até mesmo em estágio avançado que buscam obter financiamento”, destacou Daniel Ives, analista da Wedbush Securities.
ABC News e Nature também abordaram os efeitos da falência do SVB para a indústria tecnológica.
ClimaInfo, 16 de março de 2023.
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