Ciclone Freddy: passa de 400 o número de mortos no Sudeste Africano

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REUTERS/Esa Alexander

Não para de crescer o número de mortos após a passagem do ciclone Freddy no sudeste da África. A Reuters e a DW noticiaram que mais de 400 pessoas perderam a vida no Malawi, em Moçambique e em Madagascar desde a chegada da tempestade na região, no final de fevereiro, até se dissipar sobre o continente, na 4ª feira passada (15/3).

A busca por corpos continua. Com o tempo firme após cinco dias de chuvas contínuas, equipes de resgate desenterraram corpos em decomposição da lama e dos escombros de casas destruídas pela tempestade no Malawi. Uma operação conjunta de militares e moradores recuperou cinco corpos em Manje, a cerca de 15 quilômetros da capital, Blantyre.

“Notamos que se formaram bolhas na lama, então suspeitamos que havia cadáveres lá embaixo e decidimos alertar as equipes de resgate”, disse à AFP Alfred Mbule, morador local.

Mesmo com a extinção de Freddy, centros de monitoramento meteorológico alertaram que os países ainda são vulneráveis a inundações e deslizamentos de terra. No Malawi, cerca de 88 mil pessoas estão desabrigadas, e há regiões do país ainda inacessíveis, informa a AP. Em Moçambique, as autoridades disseram que há mais de 50 mil desabrigados.

Vários sobreviventes relataram o desespero vivido com a passagem do ciclone. Além das perdas materiais, choram a perda de parentes. Gift Daniel, um sobrevivente do vilarejo de Mtauchira, no distrito de Chiradzulu, no Malawi, disse à Reuters que conseguiu resgatar sua esposa e seus três filhos, mas perdeu os sogros e outros membros da família.

“Não sabíamos o que estava acontecendo e gritamos para os parentes. Tentamos fugir, mas fomos levados pela água”, contou Daniel, acrescentando que agora não tinha onde ficar.

A devastação e as mortes provocadas por Freddy também foram noticiadas por CNN e AP, entre outros veículos.

Em tempo: Chega a 16 o número de mortos pelas inundações que atingiram as províncias turcas de Adiyaman e Sanlifurfa, nesta 4ª feira (15/3). As duas localidades já haviam sido devastadas pelo forte terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em fevereiro. Enchentes causadas por chuvas torrenciais transformaram ruas em rios, arrastando carros e inundando casas e acampamentos que abrigavam sobreviventes do terremoto, informam AP e BBC.

ClimaInfo, 17 de março de 2023.

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